domingo, 3 de julho de 2011

DISCOGRAFIA MERCYFUL FATE







Mercyful Fate é uma banda de heavy metal da Dinamarca formada em 1981 e é citada entre as influências do black metal, thrash metal, power metal e metal progressivo. Mesmo tendo uma sonoridade de heavy metal o grupo é associado ao black metal por suas letras de clima sombrio. As músicas são caracterizadas por estruturas complexas, virtuose nas guitarras e falsetes altíssimos executados pelo vocalista King Diamond.
Após o lançamento do aclamado Don't Break The Oath, a banda se dissolveu devido a divergências musicais. King Diamond seguiu em carreira solo e Hank Shermann formou a banda de Hard Rock Fate.
A banda se reuniria para lançar o excelente álbum In the Shadows em 1993. Após o lançamento de 9 a banda entrou em hiato, enquanto King Diamond dedica-se à sua carreira solo.

Informações:

Gênero: Heavy Hetal, Black Metal
Periodo em atividade: 1981 — atualmente
Origem: Dinamarca

Discografia:
Mercyful Fate - 1982 
Melissa — 1983 
Don't Break the Oath — 1984 
The Begining — 1987 
Return of The Vampire - 1992 
In The Shadows — 1993 
The Bell Witch — 1994 
Time — 1994 
Into the Unknown — 1996 
Dead Again — 1998 
9 — 1999 
The Best of Mercyful Fate — 2003 


Mercyful Fate EP [1982]

Também conhecido comoNuns Have No Fun, o primeiro EP tem apenas quatro músicas, mas já deixava claro o potencial daquele então novato grupo. O riff e o solo que abrem "Doomed by the Living Dead" (bem como o restante da faixa) e a fúria de "A Corpse Without Soul"  fizeram com que estas duas canções se tornassem clássicos da carreira do Mercyful Fate. A também excelente "Nuns Have No Fun" e a mais cadenciada "Devil Eyes" acabam sendo mais esquecidas pelos fãs, mas também possuem muitas qualidades. As letras de cunho anti-cristão ou de temática obscura (e por vezes lembrando a atmosfera dos filmes de terror), os solos e riffs da dupla de guitarristas e, principalmente, os vocais de King (indo do mais alto falsete ao próximo do gutural com facilidade, em um ponto que sempre foi algo tipo "ame ou odeie" na carreira da banda) acabaram conquistando muitos seguidores, e abriram caminho para o primeiro full lenght no ano seguinte.

Melissa [1983] 

Apenas sete faixas foram o suficiente para gravar o nome do Mercyful Fate como um dos mais importantes do Heavy Metal mundial. Lançadas no mesmo ano dos discos de estreia do Metallica e do Slayer, canções como "Evil", "Curse of the Pharaohs", "Into the Coven", "Black Funeral" e o épico "Satan's Fall" conquistaram seguidores mundo afora, com seusriffs e solos impressionantes, e a temática sombria de suas letras, mantendo os tópicos obscuros e deixando ainda mais clara a filosofia satanista de King (que era, e ainda é, um seguidor de Anton La Vey, o fundador da Church Of Satan nos EUA). A longa e atmosférica faixa título tomou o nome de um crânio humano real que King usava durante suas apresentações, e que acabou roubado durante a turnê do disco. "At the Sound of the Demon Bell" acaba sendo a canção menos lembrada deste debut, mas também tem bastante qualidade, com muitas variações. Em 2005, foi lançada uma edição remasterizada comemorativa aos vinte e cinco anos do álbum, com muitas faixas bônus e um DVD extra. Melissa é um dos clássicos do Heavy Metal, e, se você gosta do estilo e nunca o escutou, compense esta falha imediatamente!

Don't Break the Oath [1984]

Com o próprio tinhoso na capa avisando para "não quebrar o juramento", e ainda mais trabalhado em termos de arranjos, Don't Break the Oath é considerado por muitos como o ponto alto da carreira do Mercyful Fate. Embora eu prefira o primeiro álbum, é impossível não reconhecer a qualidade de faixas como "A Dangerous Meeting", "Nightmare", "Desecration of Souls", "Gypsy" e "Welcome, Princess of Hell". Lembro de ter este disco em vinil nacional, lançado, se não estou enganado, pelo selo Combat Records. A gravação era horrível, e fez com que eu me afastasse da banda por um bom tempo. Apenas na era do CD foi que descobri como este disco era bom, com a melhor sonoridade que as cópias neste formato trouxeram. Voltando ao track list, a assustadora "The Oath" tem em sua introdução teclados executados pelo próprio King Diamond, e "To One Far Away" é uma curta e triste peça instrumental com base feita pelo violão e apenas algumas vocalizações feitas por King, algo diferente na carreira da banda até então. "Night of the Unborn" é uma faixa que não é muito lembrada pelos fãs, e a clássica "Come to the Sabbath" encerra outro marco na carreira da banda e do Heavy Metal mundial. Audição obrigatória!

Mercyful Fate nos anos 80


The Beginning [1987] 

Reunindo as quatro faixas do primeiro EP ao lado B do single "Black Funeral" (a música "Black Masses", umouttake do álbum Melissa) e a três faixas gravadas ao vivo para o programa "The Friday Rock Show", da BBC Radio One ("Curse of the Pharaohs", "Evil" e "Satan's Fall"), esta é uma coletânea lançada pela gravadora Roadrunner após a dissolução do grupo em 1985. Para muitos, foi a primeira chance de ouvir o Mercyful Fate ao vivo, apesar de ser em um ambiente sem plateia como o do estúdio da rádio, e, só por isso, o álbum já mereceria certo destaque. A edição em CD (com uma capa diferente) ainda conta com a faixa bônus "Black Funeral", presente na coletânea Metallic Storm, a estreia da banda em disco, que no encarte tem creditada a presença do guitarrista Benny Petersen (que na época estava no lugar que seria de Michael Denner), algo que, ao que consta, não ocorreu, pois Hank teria gravado todas as guitarras nesta faixa. The Beginning é um lançamento para completistas, mas altamente indicado àqueles que não conseguirem ter acesso ao raro EP de estreia na versão original. Confira sem medo!

Return of the Vampire [1992]

Outra coletânea, desta vez mais interessante que a anterior. Reunindo antigas demos do grupo (algumas com a presença efetiva do guitarrista Benny Petersen, no único disco oficial a contar com sua presença, outras ainda dos tempos do Brats, banda da qual King e Hank participaram), tem como curiosidades as versões originais de faixas como "Curse of the Pharaohs", "A Corpse without Soul", "Desecration of Souls" (aqui chamada "On a Night of Full Moon"), "A Dangerous Meeting" (ainda com  o nome "Death Kiss") e "Return of the Vampire", que só sairia oficialmente no disco In the Shadows, com um arranjo diferente. "Burning the Cross" era a única música do Mercyful Fate a não ter sido regravada depois, visto que as faixas que completam o track list ("Leave My Soul Alone", "M.D.A." e "You Asked for It", que serviria de base para "Black Masses", presente em The Beginning) faziam parte da demo tape do Danger Zone, um grupo formado por alguns membros do Mercyful, mas que existia em paralelo à banda, e tem um estilo diferente do característico som "malvado" dos dinamarqueses. Vale pela curiosidade de se ouvir uma banda ainda iniciante, mas já carregada de talento.

Mercyful Fate em 1983: Hank Shermann, Michael Denner, Timi Hansen, Kim Ruzz  e King Diamond (em uma de suas raras fotos sem maquiagem ou óculos escuros)

Durante a turnê de Don't Break the Oath, especialmente após sua primeira passagem pelos EUA, Hank Shermann passou a ter outros gostos musicais, além de usar roupas brancas ou de cor clara no palco (em contraste com as cores escuras usadas pelos outros integrantes). Quando King e ele se reuniram para trabalhar no terceiro álbum do Mercyful Fate, ficou clara a incompatibilidade musical que os novos gostos de Hank haviam colocado entre os dois principais compositores da banda, e o vocalista decidiu por acabar com o grupo. Hank formou o Fate, com quem gravou vários discos, e King partiu para uma carreira solo, tendo a seu lado Michael Denner e Timi Hansen (o baterista Kim Ruzz, que não tinha um bom relacionamento pessoal com King e Michael, acabou virando carteiro). 

No começo dos anos 1990, Hank, Michael e Timi se uniram em um projeto chamado Lavina, que daria origem ao Zoser Mez, o qual inclusive chegou a lançar um disco. Denner convidou King para ouvir o material que ele preparava para o segundo álbum de sua nova banda, e o vocalista, ao ouvir as músicas, acabou achando a qualidade do material muito boa. 

In the Shadows [1993]

O álbum de retorno foi o primeiro pela nova gravadora, a Metal Blade, após anos com a Roadrunner. Apesar de levemente diferente dos dois clássicos primeiros discos, acabou sendo muito bem aceito pelos fãs, com os clipes para as faixas "Egypt" (uma das melhores composições da carreira do grupo) e "The Bell Witch" ajudando a torná-las os destaques do track list, junto com a faixa título. Apesar de creditado no encarte, o baterista Snowy Shaw não participou das gravações, que contaram com Morten Nielsen em todas as faixas (Morten não teve condições de fazer a turnê devido a um problema no joelho, e Snowy, que já havia tocado na banda solo de King, assumiu o posto). A temática satânica foi substituída quase que inteiramente por letras relatando contos de terror, mais ou menos como King fazia em sua carreira solo, porém sem ser um disco conceitual. Bons exemplos disso são as longas e climáticas "The Old Oak" e "Legend of the Headless Rider", baseada no conto "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça". "A Gruesome Time" foi composta para o Zoser Mez, enquanto "Thirteen Invitations" e a instrumental "Room of Golden Air" (com passagens de violão e teclados em seu arranjo) acabam sendo pouco lembradas, apesar de sua qualidade. "Is That You, Melissa?" encerra o track list regular, retomando a história da bruxa Melissa, presente na faixa título do primeiro LP, em uma música em muitos aspectos parecida com aquela. A edição em CD ainda conta com uma faixa bônus para lá de especial, a regravação de "Return of the Vampire" (chamada "Return of the Vampire... 1993") com a participação de Lars Ulrich, do Metallica, na bateria (ele que também é dinamarquês, e era fã da banda desde o começo). Durante a turnê de promoção foi lançado o EP The Bell Witch, que conta com a faixa que lhe dá nome, a citada "Is That You, Melissa?", e quatro clássicos gravados ao vivo em 1993 na cidade de Los Angeles. O Mercyful Fate estava de volta com tudo!


Time [1994] 

O único álbum de estúdio com Snowy Shaw marcou também a estreia do baixista Sharlee D'Angelo no Mercyful Fate, substituindo Timi Hansen, que deixou a banda por motivos particulares. Apesar da sonoridade geral ser um pouco mais leve que a de In The Shadows, este foi também o disco que atraiu novamente minha atenção para o grupo (depois da decepção com o vinil de Don't Break The Oath, como relatei na primeira parte), graças ao clipe para "Witches' Dance", que passava no saudoso Fúria Metal, da MTV. As letras continuaram contando histórias de terror, como as de "The Afterlife", "Lady in Black" (um dos destaques), "Nightmare Be Thy Name" (que também ganhou clipe) ou "The Mad Arab", baseada nos contos de H. P. Lovecraft, embora "My Demon" e "Angel of Light" retomem alguns dos antigos conceitos, a segunda referindo-se especialmente aos da faixa "The Oath", do segundo álbum. King mais uma vez gravou alguns teclados, como os que aparecem na quase sinfônica faixa título, uma composição diferente dentro da carreira do grupo. As faixas "The Preacher" e "Mirror" (com mais peso que as anteriores) completam o track list, que se encerra com a variada e enigmática "Castillo del Mortes", com letra em inglês apesar do título. No final da turnê deste disco, o grupo veio ao Brasil pela primeira vez (ao lado da banda solo de King Diamond), em 1996, onde se apresentaram no festival Monsters Of Rock em São Paulo, além de realizarem outras quatro apresentações no país. 


Into the Unknown [1996]

Após a intro "Lucifer" (uma espécie de "Pai Nosso" satânico), Into the Unknown começa com tudo, com a veloz "The Uninvited Guest", que ganhou um clipe de divulgação. No geral mais pesado que o anterior, o disco marca a estreia do baterista Bjarne T. Holm, e é o mais bem sucedido da banda até o momento, comercialmente falando, tendo como destaques, para mim, a faixa título (com algumas guitarras limpas no arranjo), "Fifteen Men (And a Bottle of Rum)" (com o baixo bem destacado), "Holy Water" (novamente com conceitos anti-cristãos na letra) e a continuação de "The Mad Arab", do disco anterior, aqui chamada "Kutulu (The Mad Arab, Part 2)" (com alguns toques de música árabe no seu arranjo). "Deadtime" começa apenas com King cantando sozinho, a capella, para então passar a uma música pesada, mas bastante melódica. As pesadas "The Ghost of Change" e "Under the Spell", junto com a variada "Listen to the Bell", completam o track list, que na versão japonesa apresenta a cover para "The Ripper", do Judas Priest, gravada para um tributo à banda britânica chamado Legends of Metal: A Tribute to Judas Priest, lançado no mesmo ano. Um bom disco, que vale a audição.


Mercyful fate sem Michael Denner: Bjarne T. Holm, Sharlee D'Angelo, King Diamond,
Hank Shermann e Mike Wead

Dead Again [1997] 

Durante a turnê de Into the UnknownMichael Denner decidiu sair do grupo por motivos familiares, indicando Mike Wead como seu substituto. Desta forma, Dead Again foi o primeiro álbum do Mercyful Fate sem o guitarrista, que deixou sua marca nas mentes e corações de todos os fãs da banda pelo mundo. "The Night" foi a música escolhida para receber um clipe de divulgação, mas os destaques vão para "Torture (1629)" (cuja letra trata de uma mulher torturada pela Santa Inquisição), "Since Forever" (que parece saída da carreira solo de King) e a insana faixa título, a música mais longa da carreira da banda, com quase quatorze minutos e muitas partes diferentes. Enquanto algumas faixas são mais diretas, como "Fear", "Banshee" (que trata da lendária criatura que lhe dá nome) e "Sucking Your Blood" (que tem por tema os vampiros), outras são cheias de climas e mudanças de ritmo, como a "satânica" "The Lady Who Cries" (que tem um refrão contagiante), "Mandrake" (que fala sobre a raiz da mandrágora), ou "Crossroads", que encerra o disco de forma abrupta, deixando o ouvinte com a sensação de que houve algum problema com o CD (isto foi feito de forma intencional pela banda para provocar o ouvinte, causando-lhe uma certa perturbação, como se algo muito errado tivesse ocorrido). Felizmente, a saída de Michael Denner não comprometeu a qualidade da música do quinteto, e Dead Again é um dos melhores álbuns gravados depois do retorno do Mercyful Fate, e merece ser conferido!


9 [1999]

O nono full lenght da banda (contando os álbuns The Beginning e Return of the Vampire), gravado no ano de 99... Parecia claro que o título do novo disco tinha de ser 9, número que, para completar, tem diversos simbolismos no ocultismo, assunto do qual King sempre foi um apreciador. Pois o (até agora) último registro do Mercyful Fate não deixou por menos. Com faixas bastante velozes como "Insane", "House on the Hill" e a "satânica" "Burn in Hell", os destaques ficam para a faixa título"Last Rites" (com um ritmo empolgante) e "Church of Saint Anne" (com um riff excelente, que lembra o Black Sabbath da fase Dio). "Sold My Soul", mais cadenciada, destaca o baixo de Sharlee D'Angelo, e "Buried Alive", apesar de bastante pesada, conta com alguns efeitos de passarinhos cantando tanto no início quanto no final, algo bastante curioso em um disco do Mercyful Fate. "The Grave" e "Kiss the Demon" completam o track list, que na versão japonesa teve uma faixa bônus, "S.H.", um curto tema instrumental. Um bom disco, mas que não supera o anterior.


Os membros do Mercyful fate ao lado do Metallica no show do Fillmore em 2011



Após a turnê de divulgação para 9, King se concentrou em sua banda solo, tendo a companhia do guitarrista Mike Wead. Hank Shermann e Bjarne T. Holm uniram-se a Michael Denner para formar o Force of Evil, enquanto Sharlee D'Angelo juntou-se ao Arch Enemy. Desde 2005, King trabalha em algumas fitas VHS que ganhou de um fã, na tentativa de compilar um DVD com apresentações da banda, algo que ainda não saiu do papel. Em 2008, a formação que gravou os dois primeiros discos (sem o baterista Kim Ruzz) se reuniu para gravar dois temas para o jogo "Guitar Hero: Metallica", tendo Bjarne na bateria, mas apenas uma faixa foi efetivamente usada no game. As regravações chegaram a sair em um Picture Disc de edição limitada, com as faixas rebatizadas de "Evil 2009" e "Curse of the Pharaohs 2009". Outra reunião (sem Bjarne) ocorreu em 2011, no show comemorativo aos trinta anos do Metallica, no Fillmore de San Francisco. 








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