domingo, 23 de outubro de 2016

O Mistério da Taça de Pedra em Vila Velha (Ponta Grossa – Paraná)



O Parque Estadual de Vila Velha, próximo a Ponta Grossa, atrai visitantes não somente por suas famosas esculturas em rochas, mas também pela beleza natural de suas numerosas cavernas, as Furnas e a Lagoa Dourada.

De Curitiba, seguindo em direção ao oeste, o visitante chega aos Campos Gerais. E na região de Ponta Grossa encontra Vila Velha, a “extinta cidade de pedra”, onde esculturas rochosas com dezenas de metros de altura contam a formação do planeta.


Uma história que começou há 600 milhões de anos, quando a região era coberta por águas oceânicas. Seguiram-se 200 milhões de anos de erupções vulcânicas, que enrugaram o solo e formaram montanhas. Em seguida, a região foi coberta por geleiras.

Alguns milhões de anos depois, o derretimento das geleiras arrastou a areia e pedaços de pedras que existiam no fundo do extinto oceano. Foi assim que a Natureza esculpiu o Parque Estadual de Vila Velha.
São 23 formações rochosas que sugerem imagens de animais, objetos e figuras humanas, como a esfinge, o índio, o camelo e a taça. Há também uma gruta com imensas rochas suspensas, que parecem desafiar permanentemente as leis da Física.




Três quilômetros adiante, em direção a Ponta Grossa, chega-se a Furnas. São três crateras, com mais de 100 metros de profundidade e 80 de diâmetro, com poços de águas cristalinas. Numa delas há um elevador para turistas.

Dentro da cratera, a paisagem mistura o barulho das águas, a imponência das pedras e delicados arco-íris. No final da tarde, uma revoada de milhares de andorinhas surpreende o visitante.
A mesma água de Furnas percorre três quilômetros por baixo da terra para abastecer a Lagoa Dourada. Localizada no meio de um bosque, a lagoa tem águas rasas e transparentes. O reflexo do sol sobre as pedras dá cor dourada às águas. 



Perto de Vila Velha encontra-se o Buraco do Padre, um anfiteatro de pedras no subterrâneo de uma elevação rochosa, com 43 metros de altura e 30 de diâmetro. De uma das paredes jorra uma queda d´água de uma altura de 30 metros, que forma um poço no interior da rocha.

O nome Buraco do Padre está ligado à história dos jesuítas no Campos Gerais. Eles costumavam se dirigir ao alto do platô para concentração e meditação, sendo observados pelos indígenas e caboclos, que passaram a chamar o local Buraco do Padre.



Os Campos Gerais abrigam também o Parque do Guartelá, com seu cânion de 32 quilômetros de extensão, o sexto maior do mundo. A formação geológica do cânion é da Era Paleozóica, há mais de 400 milhões de anos. Os desenhos rupestres, que mostram cenas de caça, são o rastro dos habitantes que lá estiveram há 2 mil anos.




A formação de Vila Velha Itacueretaba, antigo nome do que conhecemos 
hoje por Vila Velha, significa aproximadamente “A cidade extinta de pedra”.

Localizada a margem direita do rio Tibagi (o rio do pouso) na vasta e 
ondulada ibeteba (planície) que Saint Hilarie, maravilhado, disse ser o 
paraíso do Brasil.

Este recanto tinha sido escolhido pelos primitivos habitantes para ser 
Abaretama (terra dos homens), onde esconderiam o Itainhareru, o precioso 

tesouro. Tendo a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado por uma 
legião de Apiabas (varões), que eram escolhidos entre os homens de todas 
as tribos, treinados para desempenhar a honrosa missão.



Os Apiabas tinham todas as regalias e distinções e desfrutavam de uma vida régia. Era-lhes, porém, vedado o contato com as mulheres, mesmo que fossem de suas próprias tribos. A tradição dizia que as mulheres, estando de posse do segredo do Abaretama, o revelariam aos quatro ventos e, chegada a notícia aos ouvidos do inimigo de seu povo, estes tomariam o tesouro para si. Por justiça, Tupã, o onipotente, deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre eles as maiores desgraças se o tesouro fosse perdido.
Os Apiabas eram fortes, altivos e bravos; o seu único trabalho consistia em realizar jardins na terra daquelas planícies. Tupã não permitia que, naquele recanto sagrado, houvesse o pecado.
Numa certa época, Dhui ( em nossa língua corresponde a Luís) fora escolhido para chefe supremo dos bravos guerreiros. Como todos os outros, tinha sido preparado, desde a mais tenra infância, para essa sagrada missão. Dhui, entretanto, não desejava seguir aquele destino, celibatário. Seu sangue achava-se perturbado pelo feminil fascínio (era um chunharapixara – mulherengo).




As tribos rivais ao terem conhecimento da notícia, de pronto resolveram

aproveitar-se da situação e escolheram entre uma de suas donzelas a que
deveria ir tentar o jovem guerreiro e tomar-lhe o coração para arrebatar-lhe o
segredo. A escolhida foi Aracê Poranga (Aurora Bonita). Não lhe foi difícil 
conseguir a atenção do ardoroso Dhui e, pouco a pouco, ia entrelaçando-se a sua habilidosa teia, de tal modo que ele ficou completamente apaixonado e subjugado a seus pés.
Ela já havia entrado no Abaretama com o consentimento de Dhui, que não teve como resistir-lhe ao desejo. Mas Aracê era mulher e Dhui homem. Traiu seus parentes em nome do amor, como ele traiu a sua missão em nome dela. Numa tarde primaveril, quando os Ipês (árvores de casca) já florescidos deixavam cair suas flores douradas numa chuva de ouro, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucuri, o licor dos butiás, para embebedá-lo; mas o amor já dominava sua razão e ela também tomou o licor e ficaram quedados a sombra do Ipê; langüidamente entrelaçados.




Tupã vingou-se desencadeando um terremoto que abalou toda a planície.

A fúria divina convulsionou-se dentro do solo e a região foi destruída, trazendo morte e dor. A Abaretama completamente destruída tornou-se pedra, o tesouro aurífero fundiu-se e liquidificou-se, e os dois amantes castigados ficaram um ao lado do outro petrificados. Ao seu lado ficou a causa de sua desgraça, a taça de pedra …
E, quando ali se passa ainda se pode ouvir o vento repetindo a última frase 
de Aracê: Xê pocê ô quê (dormirei contigo). E assim Abaretama tornou-se 

Itacueretaba.





A terra se fendeu: são as grutas que encontramos próximas a Vila Velha e o tesouro fundido é aquela lagoa que chamamos de Lagoa Dourada, a qual quando o sol lhe bate em cheio, ainda reflete o brilho aurífero. Dhui e Aracê, equivalente indígena de Adão e Eva, estão ainda hoje lado a lado circundados de Ipês descendentes daqueles que assistiram a morte dos dois. E os sobreviventes daquele povo partiram para outras terras onde a maldição de Tupã não os alcançasse. Fundaram outro império, nessas terras imensas da América do Sul.



Vila Velha:

Fonte : http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/pag/7/fonseca_vila_velha.htm

Itacueretaba – Poderiam estas colossais estruturas se tratar de colunas de um templo dedicado ao deus Tupã? Restos de alguma coisa? Estas formações rochosas são mesmo esculturas naturais?

Taça vila velha ponta grossa parana


Do antigo Tupi, Itacueretaba foi o nome dado aos monumentais monólitos de pedra da Vila Velha, no estado do Paraná, pelos seus mais legítimos habitantes e senhores daquela região, os povos indígenas. Ita (pedra), cuera (velho, extinto), taba (aldeia, povoação, cidade), ou seja, a cidade extinta de pedra que esses povos de antanho relataram em suas lendas, mostrando o seu apogeu e a sua ruína. Seu nome primitivo era Abaretama, aba (índio, homem), etama (terra, pátria), a terra dos homens que estava protegida pelo deus Tupã e os seus habitantes viviam felizes em toda aquela região.

Após a sua ruína, conforme relata a lenda tupi, Abaretama foi castigada e transformou-se na velha Itacueretaba, que nos dias de hoje impressiona os seus visitantes, diante de suas figuras multiformes e de suas muralhas monumentais, extensos corredores e salões exuberantes entre pedras colossais e de grande magnitude e beleza. A visão do seu conjunto pétreo nesta imensa planície verdejante faz com que ela assemelhe-se mesmo a um conjunto arquitetônico em ruínas, como se fora uma fortaleza extinta. Ao nos aproximarmos dela vem à nossa mente uma espécie de questionamento insistente, fazendo-nos refletir a respeito da lenda tupi e pensar até que ponto esta poderia ter um fundo de verdade.
Para os geólogos sua origem remonta ao Período Carbonífero da Terra que teria ocorrido a cerca de 340 milhões de anos. Segundo informam estes estudiosos, nesta época longínqua, muitos fenômenos geológicos teriam acontecido e, em decorrência, toneladas de areia, detritos e fragmentos rochosos trazidos por massas de gelo passaram a acumular-se naquele local. Tais acúmulos de massas amorfas congeladas provocaram o surgimento de grandes erosões no solo que incorporaram na sua trajetória hecatômbica uma grande quantidade de resíduos rochosos. Terminado o desgelo da região, todos esses materiais ficaram aí depositados e com a contínua erosão produzida pela água e pelo vento todo o material rochoso aí existente passou a ser esculpido naturalmente, levando, no decorrer do tempo, à formação dos grandes blocos de arenito e às suas características multivariadas. Permanecendo sob a ação da chuva, do sol e do vento durante milênios os antigos monumentos continuaram sofrendo profundas erosões, fraturas e diferenciações produzindo, finalmente, as gigantescas figuras de formatos variados e os imensos paredões compactados em aprumo.



Desta forma teríamos na velha Itacueretaba apenas formações rochosas naturais esculpidas ao prazer do tempo e dos elementos por longos anos de ininterrupto trabalho. No entanto, sua estranha forma semelhante a uma cidade abandonada pela ira do deus Tupã não deixou de dar-lhe uma outra conotação que a lenda tupi lhe proporcionara, causando espanto aos seus visitantes diante da multiplicidade de formas aí esculpidas.

Paredões íngremes dão a estes monumentos a visão de uma fortaleza inexpugnável.


O seu nome moderno Vila Velha lhe foi dado por causa destas formações extravagantes e belas e pelo fato de assemelhar-se mesmo a uma imensa cidade em ruínas. Apesar disto, os geólogos continuam afirmando tratarem-se de formações naturais apenas, sob a ação de chuvas fortes e dos ventos da região, depois de grandes transformações que os milênios produziram após o descongelamento. Sua composição geológica, conforme estudos realizados é constituída de arenitos sílico-argilosos, sedimentos permocarboníferos e limonita. Explicam os estudiosos que em face de não haver uniformidade na sua composição geológica, as inúmeras precipitações pluviométricas e os fortes ventos que assolavam a região acabaram por imprimir-lhes as suas formas atuais, mas que elas continuarão a ser remodeladas continuamente no decorrer do tempo.




Uma visão exuberante de uma grande muralha em meio a ruínas colossais.


Entretanto, queremos reportar ao espírito de nossos antepassados brasílicos e às suas lendas, especialmente comoventes e que se mostram muitas vezes como histórias fantásticas de um tempo perdido e a antiga Abaretama. Hoje Itacueretaba, pode continuar inspirando no íntimo de muitos que a visitam que estas venham tratar-se mesmo de ruínas de uma cidade e de um tempo grandioso em passado longínquo de nossa terra. Isto por causa de tudo aquilo que se descortina diante dos olhos destas pessoas, estruturas colossais e paredões uniformes, colunatas areníticas e figuras antropomorfas e zoomorfas gigantescas, como a querer dizer-lhes algo velado sobre a sua verdadeira origem.

Em face disto não poderíamos nos desvestir do mérito desta magnífica lenda tupi com tanta facilidade que, vencendo as barreiras do tempo e de uma transmissão estritamente oral, o que, sem duvida, deforma muitos dos princípios reais de sua história original, manteve-se viva na tradição destes povos mais antigos do Brasil, sustentando-se por sua força até os dias de hoje. Tanto que a memória viva do Abaretama, que foi transformado no Itacueretaba, preservada pelos antigos povos tupis, faz da região de Vila Velha um local amaldiçoado, uma vez que foi destruído pela ira do deus Tupã.
Quando penetramos em seus contrafortes em meio aos seus corredores longitudinais e observamos seus imensos paredões pétreos, a antiga lenda baila fortemente em nossa mente e obriga-nos a imaginar-nos percorrendo pelo interior de uma antiga cidade em ruínas. Tal impressão em nossa mente não nos parece produzida pela simples vontade de querer que ela assim seja definida, mas por causa dos grandes monólitos ajustados na forma de colossais colunatas e estruturas fortemente estabelecidas. Além disto, causa-nos séria discussão mental o fato de ao observarmos em volta vermos apenas uma planície verdejante que se estende próximo ao rio Tibagi, sem que nela sejam notados quaisquer indícios de outras pedras amontoadas ou formações geológicas semelhantes a estas de Itacueretaba.



Poderia se dizer que esta escultura se trata de uma esfinge? O que estaria ela fazendo ali?


Sabendo-se que a extensão deste conjunto megalítico é de cerca de 2000 metros de comprimento e 600 metros de largura, numa área de 1200 km2 aproximadamente, é de indagar-se o porquê de tal acontecimento geológico ter-se localizado num espaço tão restrito, diante do que a própria geologia expõe em suas teses, argumentando terem ocorrido o deslocamento de grandes massas de gelo e produzido grandes erosões no solo. Teria a natureza caprichos tão bem delineados assim, ao ponto de concentrar num pequeno espaço toda a sua “arte” e deixar as demais sem quaisquer resquícios de sua atividade?



Uma grande cabeça, coroada ao lado de paredões descomunais aumentam o seu mistério.


Quando nos detemos na lenda do Abaretama, a terra dos homens, escolhida pelos primitivos habitantes da região e a divina proteção do deus Tupã para preservar o “precioso tesouro”, o Itainhareru, e nos colocamos diante dos contrafortes de Vila Velha, o Itacueretaba, a cidade extinta de pedra, tendemos a acreditar mais nesta antiga história transmitida com desvelo pelos anciães desta raça no decorrer do tempo do que nos estudos geológicos feitos pelos nossos contemporâneos.

Segundo a lenda, os remanescentes do povo antigo, tão logo acontecera a terrível destruição se mudaram para outras paragens, fundando outros impérios distantes das terras que foram amaldiçoadas por Tupã. Suas ruínas ficaram como testemunho de seu poderio antigo e sua lenda sobreviveu como um tênue registro imorredouro de sua glória para prevenir as gerações que surgissem após o seu grande desastre.
Sem dúvida, Vila Velha encanta por sua beleza e grandiosidade e nos permite especular sobre os seus monumentos pétreos extravagantes, mesmo que já tenhamos um parecer definitivo da ciência sobre a sua origem. Entretanto, um pouco de tradição tupi, pensamos, faz com que ela se torne ainda mais atraente e há quem diga que a lenda é uma forma poética de preservar a verdadeira história dos povos, seus erros e acertos no decorrer do tempo, de forma que ela se mantenha viva e contundente na memória, além de servir de um forte instrumento cultural e de aprendizado para a sua descendência e preservação do conhecimento de seus ancestrais.
Segundo a lenda, os remanescentes do povo antigo, tão logo acontecera a terrível destruição se mudaram para outras paragens, fundando outros impérios distantes das terras que foram amaldiçoadas por Tupã. Suas ruínas ficaram como testemunho de seu poderio antigo e sua lenda sobreviveu como um tênue registro imorredouro de sua glória para prevenir as gerações que surgissem após o seu grande desastre.



Vista do alto dos monumentos. Em volta há apenas uma planície verdejante e nenhum outro sinal de monólitos.


Lenda ou realidade geológica, a velha Itacueretaba está aí presente com suas pedras modeladas e seus paredões íngremes, que parecem querer sussurrar em nossos ouvidos, quando dela nos aproximamos, que existe muito ainda a ser contado de seu passado, algo muito além das especulações que podem ser feitas por quantos queiram fazê-lo sobre a sua verdadeira origem. De qualquer forma não se pode querer punir alguém por ter anseios de descobrir a verdade, esteja ela envolta pelo racionalismo científico contemporâneo ou encoberta por uma velha lenda, preservada por estes antigos povos destas igualmente antigas terras do Brasil. As fotografias que anexamos a este artigo mostram que pode ter havido algo mais por estes lados do vasto continente sul-americano, cheio de mistérios por serem desvelados.


PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA



Com uma área de 3.122 ha, em 12/10/1953, pela Lei nº 2.192, foi criado o Parque Estadual de Vila Velha. Em 1966 o conjunto Vila Velha foi tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado.
Geograficamente, Vila Velha se localiza a 25° 15' de latitude Sul e 50° 00' de longitude Oeste, altitude de 917 m. A área apresenta vegetação de campo e capões de mato esparsos, onde se destacam os Pinheiros do Paraná. O clima é mesotérmico com verões frescos e a topografia ondulada com escarpas, possuindo vários cursos d'água. Que deságuam no Rio Tibagi. Abriga uma fauna variada: Lobos Guará (raros), jaguatiricas, quatis, gatos-do-mato, iraras, furão, catetos, veados, tatus, pica-paus, pombas, perdizes, tamanduás bandeira e mirins, diversos tipos de aves. A 18 Km de Ponta Grossa, é integrado pelas formações areníticas, furnas e Lagoa Dourada, distando de Curitiba 80 Km.

ARENITOS


A 18 Km de Ponta Grossa, figuras gigantescas esculpidas pela ação das chuvas e dos ventos. A sua formação arenítica é o resultado do depósito de um grande volume de areia há aproximadamente 340 milhões de ano, no período carbonífero, quando esta região estava coberta por um lençol de gelo. Com o degelo, esse material foi ali abandonado e, com a erosão normal e as águas dos riachos da frente glassiária engrossando, esses depósitos foram retalhados, originando os arenitos de Vila Velha. A transformação continua. Vila Velha está exposta à ação atmosférica e suas formações sugerem variadas figuras como: camelo, índio, noiva, garrafa, bota, esfinge, taça, etc.


No topo, arenito avermelhado, grosseiro, feldspático, em parte amarelado, apresentando fina carapaça cinza esbranquiçada de 3 mm, silicificada ou com crosta pardo-escura de óxido de ferro, o que dá maior dureza, formando blocos verticais com cabeças mais resistentes à erosão. Espessura 10 m.




DESCRIÇÃO DO ARENITO
Na parte média, arenito avermelhado claro, com salpicos de caulim e seixos esparsos, sem crosta protetora de decomposição, com paredes lavadas em forma côncava, de fácil desagregação. Espessura 34 m. Na base, argilas várvicas (varvitos) avermelhadas. Espessura 4 m. A soma de todas as espessuras é 48 m.
A área possui lanchonete, estacionamento para carro/ônibus e sanitários.
O acesso faz-se pela BR 376, no Km 510.
Fone: (42)228-1138

FURNAS


Localizados a 3 Km dos arenitos, são crateras circulares de grande diâmetro que aparecem isoladas nos campos, também conhecidas como "Caldeirões do Inferno". Em número de três, suas paredes verticais atingem uma profundidade de mais de 100 m e apresentam um volume de água que atinge aproximadamente a metade desta profundidade. Em uma das furnas foi construído um elevador panorâmico que vence um desnível de 54 m e dá acesso ao seu interior, sobre uma plataforma flutuante, colocada a 3 m do nível da água, daí em diante uma escada dá acesso a um deck. 


As furnas têm origem na estrutura falhada e fragmentada do arenito que concentra e orienta a circulação das águas subterrâneas através de canais em regime torrencial, abrindo, pela desagregação e remoção da areia em profundidade, grandes anfiteatros em forma de cúpula junto às linhas de falhamentos ou nas intercessões com fraturas transversais.

A área possui lanchonetes, playground, sanitários e estacionamento.

FURNA 1
FURNA 2
FURNA 3
Diâmetro
80 m
90 a 150 m
75 a 100 m
Profundidade
107 m (53 m c/água)
70 m (30 c/ água)
Não alcançou o nível da água

                 
    
LAGOA DOURADA


A apenas 15 minutos da cidade, com 320 m de diâmetro e com profundidade nunca superior a 3 m, tem a mesma origem das Furnas, havendo uma ligação subterrânea entre elas através de um lençol freático. O nível de suas águas é o mesmo de Furnas, ocorrendo porém, um desnível do solo, razão pela qual as mesmas se constituem em crateras profundas. 
Pode-se considerar que é uma furna em processo de extinção, devido ao grande assoreamento que recebe de suas margens. Contém peixes, como traíra, tubarana, bagres, carpas e tilápias que utilizam a área para reprodução.


É chamada de Lagoa Dourada porque ao entardecer os raios solares atingiam o seu fundo que era revestido de mica ou malacacheta, refletindo um tom dourado . Devido ao processo de assoreamento que ela recebe esses raios já não a deixam dourada mas mesmo assim o visual é encantador.
A área possui lanchonetes, sanitários e estacionamento. Não é cobrada entrada.

LENDA DE VILA VELHA - 1


Itacueretaba, antigo nome do local onde conhecemos pro Vila Velha, significa "cidade extinta de pedras". Este recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para se Abaretama, "terra dos homens", onde esconderiam o precioso tesouro Itainhareru. Tendo proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos Apiabas, varões escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos.
Os Apiabas desfrutavam, de todas as regalias, porém era-lhes vedado o contato com as mulheres. A tradição dizia que as mulheres, estando de posse do segredo de Abaretama, revelariam aos quatro ventos e, chegando a notícia aos ouvidos do inimigo, estes tomariam o tesouro para si. Se o tesouro fosse perdido, Tupã deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças. Dhui (Luís), fora escolhido chefe supremo dos Apiabas, entretanto, não desejava seguir esse destino, pois se tratava de um chunharapixara (mulherengo).
As tribos rivais, ao terem conhecimento do fato, escolheram a bela Aracê Poranga (aurora da manhã), para tentar seduzir o jovem guerreiro e tomar-lhe o segredo do tesouro. A escolhida logo conquistou o coração de Dhui. Numa tarde primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucur (licor de butiás), para embebedá-lo. No entanto, o amor já havia tomado conta de seu coração não conseguindo assim completar a trição. Decidiu então, tomar a bebida junto com o seu amado, e os dois se amaram a sombra de um ipê. Tupã logo descobriu a traição do seu guerreiro e furioso provocou um terremoto sobre toda a região.
A antiga planície fora transformada em um conjunto de suaves colinas. Abaretama, transformou-se em pedra, o solo rasgou-se em alguns pontos, dando origem as Furnas, o precioso tesouro fora derretido formando a Lagoa Dourada. Os dois amantes ficaram petrificados e entre os dois a taça ficou como o símbolo da traição. Diz a lenda, que as pessoas mais sensíveis à natureza e ao amor, quando ali passa ouvem a última frase de Aracê: xê pocê o quê (dormirei contigo).

LENDA DE VILA VELHA - 2

Caía à tarde no infinito horizonte, Itaqueretaba, a cidade velha de pedra nos Compôs Gerais de Tabapirussu.
Quando povoavam a Terra das araucárias guaranis e tupis, os destemidos filhos de Tupã, que dominavam o Sul de Pindorama.
Os maiorais da tribo guarani, que se fixaram ali, há muitas luas, sabiam da existência de fabuloso tesouro em Itaqueretaba, e por isso evitavam que gente estranha entrasse na região. Um índio tupi, que viera com intenções suspeitas, fora aprisionado e aguardava punição, porém conseguiu fugir e levar a notícia à sua tribo.
O grande conselho de anciões guaranis resolveu formar uma legião de valentes guerreiros, sob o comando do grande chefe Tarobá para guardar todos os campos circunvizinhos. A morte seria o único castigo a quem se aproximasse da cidade de pedra. Todos sabiam que os inimigos tupis planejavam apossa-se de Itaqueretaba.
Os tupis armaram um plano de ação para o pretendido assalto. A princesa índia Nabopê recebera de sua tribo a missão de facilitar a invasão dos tupis, acampados no vale do Rio Tibagi. Deveria ela deixar-se cair prisioneira de Tarobá, contando-lhe o infortúnio de ser banida do meio de seus irmãos, por recusar casar-se com um guerreiro inimigo de seu falecido pai. Nabopê fora conduzida até os campos do Cambijú e dali, sozinha, dirigiu-se ao perigoso destino. Sob a noite escura de Itaqueretaba, temerosa de maus espíritos da cidade de pedra, fingiu que estava perdida e começou a gritar por socorro. Não tardou que um vigilante guerreiro guarani logo a capturasse, levando-a a seu chefe. A beleza de Nabopê impressionou aos olhos penetrantes de Tarobá. Ele não conseguiu trata-la como simples prisioneira sujeita a pena de morte. Nabopê permaneceu sob vigilância na gruta onde se alojava o chefe guarani. Com o passar dos dias conheceram-se melhor e daí nasceu um romance de amor. A princesa tupi passou a viver sob a proteção de Tarobá e por ele também se apaixonou, contrariando os planos que ali a levaram. Ambos foram forçados a esquecer a missão que lhes confiaram suas tribos. O amor fizera os dois amantes caírem na desgraça perante sua gente.

Tuenno, a aldeia do lago encantado


O pequeno vilarejo de Tuenno na região de Trentino Alto Adige é um dos mais antigos do Valle di Non. De origem pré-histórica, o vilarejo foi uma propriedade episcopal e disputado por nobres na Idade Média.
Com o crescimento da fruticultura, atualmente Tuenno experimenta uma modernização com belos prédios de apartamentos que contrastam com as antigas casas rústicas e fornos de pão.



Os grandes atrativos turísticos de Tuenno são naturais, tais como os pomares de maçãs cultivadas com as águas puras do vale que tornaram as maçãs Melinda reconhecidas DOC - Denomização de Origem Controlada. Isso se tornou possível graças ao empenho dos agricultores que durante décadas seguem etapas de produção até a colheita. 
Aproximadamente entre abril e maio o vale se transforma em um enorme jardim perfumado de flores com delicadas pétalas brancas que adornam as macieras. Depois de passar dias inteiros aquecidos pelos raios quentes do sol de verão, entre meados de setembro e outubro as maçãs amadurecem estando prontas para a colheita. Daí a paisagem dos pomares setransforma com o perfume e o gosto das frutas tenras e especiais. 



Com muitas áreas verdes, o Parque Natural Adamello Brenta é a maior área protegida em Trentino, com mais de 620 km quadrados. A riqueza natural única desta área protegida inclui numa parte as dolomitas Brenta com suas torres e castelos de pedras, torres e muralhas que falam de mares desaparecidos a milhões de anos antes de se tornar uma rocha.
Em outra parte estão as imponentes montanhas do Adamello-Presanella, um extenso mosaico de florestas de cipreste e faia, prados floridos, pastagens e falésias inacessíveis. As montanhas guardam uma vida selvagem extraordinária com veados camurça, muflão, cervos e águias além de raposas, texugos, martas, doninhas, marmotas, perdizes e muitos outros animais grandes e pequenos.


Uma atração do parque é o urso pardo, um espécie da vida selvagem que é protegido, sendo os últimos remanescentes dos Alpes. Para evitar a extinção do último grupo de ursos nos Alpes, foi lançado um projeto para a reintrodução dos ursos no parque onde a caça é controlada. 
O urso é um símbolo do Vale do Tovel, sendo um habitat adequado para a sobrevivência da espécie. Animal misterioso e fascinante, durante séculos os ursos foram perseguidos por todos os meios e nos Alpes tinha chegado à beira da extinção. Agora voltarão a andar pelas antigas veredas onde sempre viveram.




Cercado por rochas e um cenário alpino, surge o Lago Tovel que mais parece uma imagem de sonho. Embora o lago tenha apenas 1 km de comprimento, a trilha entorno do lago leva à descoberta de incríveis paisagens. Durante o verão, o trajeto de acesso ao lago é feito através de ônibus, porém durante o inverno a estrada de acesso ao lago permanece fechada ao tráfego. 



Até 1964 o Lago Tovel era conhecido como Lago Vermelho porque, em determinadas épocas do ano, as águas de suas margens se tingiam de vermelho tornando-o um dos lagos mais famosos do mundo. O estranho fenômeno deu origem a diversas lendas.
Dizia a lenda que depois da morte de um rei, o povo receava que sua única filha Tresenga se casasse com um tirano. Por isso a bela jovem renunciou ao casamento para salvar seu reino.Mas a beleza e a riqueza da jovem atraia muitos pretendentes que tentavam conquistar seu coração; um desses pretendentes era Lavínio que foi rejeitado.
Inconformado, ele resolveu marchar sobre a cidade onde travou uma grande batalha às margens do Lago Tovel matando a princesa e seus súditos. A partir daquele dia, durante uma época do ano, o lago magicamente se coloria de vermelho enquanto a alma de Tresenga suspirava triste à beira do lago.



Apesar do extraordinário espectáculo que criava um ambiente belo e romântico, pesquisadores e cientistas descobriram que o fenômeno ocorria devido à proliferação anormal de uma alga conhecida como Tovellia Sangue, que tornava a superfície do lago totalmente vermelha nos meses mais quentes.
Esse fenômeno ocorria devido à carga orgânica derivada do pastoreio perto do lago. Com a mudança do pastoreio para outras áreas, as algas se reduziram gradualmente deixando as águas novamente em tons de azul e verde esmeralda, mas ainda causa suspiros naqueles que contemplam o lago encantado...

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Os 12 mais belos buracos naturais


1. Buraco Azul dos Dean, Bahamas


O Dean’s Blue Hole é o mais profundo buraco azul com água do mar conhecido. Ele mergulha 202 metros em uma baía a oeste de Clarence Town, em Long Island, Bahamas.
Dean é o sobrenome dos proprietários locais. A pequena baía em que o buraco está localizado é separada do mar aberto por uma pequena península. Nos últimos anos, ele se tornou um local para mergulhos famoso mundialmente.


2. Buraco Bimmah, Oman


Este buraco se formou naturalmente quando o solo abaixo entrou em colapso sobre camadas mais instáveis. Há um túnel de água subterrânea levando ao mar, 500 metros adiante, o que faz com que o buraco tenha uma mistura de água salgada e água doce. É possível mergulhar nele, mas devido às condições de maré extremas, deve-se ter cautela.
O buraco está localizado a cerca de 6 km de Dibab, ao longo da estrada costeira de Muscat a Sur. Atualmente há uma rodovia em construção nas proximidades.


3. Grande Buraco Azul, Belize


O “Great Blue Hole” ou “Grande Buraco Azul” fica no centro do Lighthouse Reef (“Recife do Farol”), um pequeno atol a 70 km do continente. Ele tem forma circular, com mais de 300 m de diâmetro, e 124 m de profundidade. O Great Blue Hole é uma parte da enorme Sistema de Reserva da Barreira de Recifes do Belize, um local que faz parte do World Heritage da UNESCO.
Ele é bastante popular entre mergulhadores, seduzidos pela oportunidade de nadar em águas claras e encontrar várias espécies de peixes, como garoupas gigantes, tubarões de diversas espécies, como o galha-negra, e o tubarão dos recifes caribenho.


4. Ik Kil, México


Ik Kil é um conhecido buraco na Municipalidade de Tinúm, Yucatán, México, e fica ao norte da Península do Yucatán, sendo parte do Parque Arqueológico Ik Kil, próximo a Chichen Itza. É um local aberto para o público para natação, e faz parte de muitos tours de ônibus.
Este buraco abre-se para o céu, e a água está a cerca de 26 metros abaixo do nível do chão. Há uma escada escavada que desce até uma plataforma para natação. O poço tem cerca de 60 metros de diâmetro e 40 metros de profundidade. Além das trepadeiras que descem da borda do buraco até a água, ainda há o bagre preto naquelas águas.


5. Lago Vermelho, Croácia


Conhecido por suas numerosas cavernas e penhascos altos, com mais de 241 metros acima do nível da água e continuando abaixo dela, este buraco abriga um lago cárstico, ou seja, resultante da corrosão da rocha pela água. Fica perto da cidade de Imotski, na Croácia.
A profundidade total explorada deste buraco é de aproximadamente 530 metros, com um volume de cerca de 25 a 30 milhões de metros cúbicos, fazendo dele o terceiro maior buraco no mundo. As águas são drenadas para fora da bacia através de sumidouros subterrâneos que descem abaixo do nível do lago.


6. Zacatón, México


Este é um buraco cheio de águas termais pertencente ao sistema Zacatón, um grupo de estruturas localizado na Municipalidade de Aldama, Tamaulipas, México. É o mais profundo buraco preenchido com água no mundo, com uma profundidade total de 339 metros.
Zacatón é o único dos cinco buracos localizados no Rancho La Azufrosa que tem um fluxo perceptível de água. O nome Zacatón vem das ilhas flutuantes de grama zacate, que se movem pela superfície com o vento.


7. Morning Glory Pool, Wyoming, EUA


Uma das piscinas térmicas mais proeminentes e belas do Parque Yellowstone, ele tem a profundidade de 4 metros. O nome de “Morning Glory Pool” (Piscina Glória da Manhã) foi dado em 1880 pela sua semelhança com a flor “morning glory”.
A cor deste poço é devida à população de bactérias que habitam a água. Ele correu o risco de perder suas cores quando a Estrada Grand Loop passava por perto e viajantes jogavam moedas no poço, esfriando-o, o que poderia matar as bactérias. Hoje em dia, é preciso caminhar um pouco ao longo da Bacia do Geiser Superior para chegar ao local, mas a vista vale o exercício.


8. Poço Neversink, Alabama, EUA



O Poço Neversink é um buraco de calcário no Alabama, e um dos buracos mais fotografados no mundo, por causa de suas bordas cobertas de samambaias e cachoeiras. Tem cerca de 12 metros de largura na parte superior, e aumenta para 30 metros na parte inferior, que está a 30 metros abaixo do nível do solo. Ele é o lar de morcegos e várias samambaias raras e ameaçadas.

9. Chaleiras do Gigante em Rovaniemi, Finlândia


As Chaleiras do Gigante são um local interessante para se visitar, naquela que já é interessante por ser a “Cidade Oficial do Papai Noel“. A maior das chaleiras tem diâmetros de 5,7 a 8 metros, e altura de 15,4 metros. A Chaleira do Gigante que pode ser vista na foto é a maior e mais bela da região.


10. Buraco Bala’a, Líbano


O Buraco Bala’a, localizado na região norte do Líbano, tem cerca de 250 metros de profundidade. O aspecto mais fantástico dele é uma queda d’água que infiltrou e perfurou um dos seus lados, criando três pontes naturais, uma sobre a outra.

11- Grande Buraco Kimberley, África do Sul – um buraco artificial


Kimberley é o lar da De Beers Consolidated Diamond Mines, uma das mais ricas minas de diamante do mundo. Como centro da febre do diamante no fim do século 19, suas fundações começaram a ser escavadas em 1871, quando um diamante foi encontrado em uma pequena colina chamada Colesberg Koppie.
A perfuração começou e em poucos meses mais de 30.000 homens estavam escavando freneticamente, procurando diamantes em uma área de 300m por 200m. O buraco da mina chegou a 1.100 metros, criando o que ficou conhecido apenas como “Big Hole” (“Buracão”).
28 milhões de toneladas de terra foram removidas, e 14,5 milhões de quilates de diamantes retirados, resultando no maior buraco artificial no mundo. Foi aí que foi encontrado o famoso Estrela da África, um diamante magnífico com 83,5 quilates.


 12- Furnas, Paraná, Brasil


Na cidade de Ponta Grossa está um dos monumentos naturais mais intrigantes do Brasil. Conhecida como Vila Velha, a estranha formação rochosa recebeu este nome por se parecer com uma cidade antiga, de pedra.
No mesmo parque de Vila Velha há a Lagoa Dourada (que ainda é bonita, mas não é mais dourada por causa do assoreamento), e as Furnas. Existem quatro buracos ou furnas, dos quais apenas um deles não é fundo o suficiente para alcançar a água. A furna número 1, a mais profunda, tem 54 metros de altura acima da linha da água, e mais 53 metros de profundidade, dando um total de 107 metros.