terça-feira, 29 de dezembro de 2015

MEU NAMORADO É UM ZUMBI



Informações Do Filme:

Nome Original: Warm Bodies
Nome traduzido: Meu Namorado é Um Zumbi
Direção: Jonathan Levine
Gênero: Romance / Suspense
Lançamento: 2013
Duração: 98 Min.


Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico, o zumbi R. (Nicholas Hoult) faz amizade com a humana Julie (Teresa Palmer), a namorada de uma de suas vítimas. O envolvimento dos dois acaba despertando uma reação em cadeia que o transformará, assim como outros mortos-vivos, perseguidos pelo general Grigio (John Malkovich).





domingo, 20 de dezembro de 2015

GUSTAVO DORÉ

Paul Gustave Louis Christophe Doré é o nome completo do artista francês Gustave Doré. 


Gustave Doré é um dos mais prodigiosos artistas do século XIX. Com apenas 15 anos ele começa sua carreira de caricaturista e e, em seguida, de ilustrador profissional. Ao longo de sua vida ele também desenvolveu-se como pintor, aquarelista, gravador e escultor.

Com seu imenso talento, Doré passou por diversos gêneros que vão da ilustração satírica até às de história, assim como executou grandes e pequenas telas, fez gravuras, esculpiu. Como ilustrador, ele aceitou o desafio de ilustrar nada mais nada menos do que estes grandes autores: Dante Alighieri, Rabelait, Perrault, Miguel de Cervantes, Milton, Shakespeare, Victor Hugo, Balzac, Edgar Allan Poe… Por causa de sua prolífica carreira de ilustrador, Doré tem sido a referência até os dias de hoje não só para ilustradores, mas também para as diversas gerações de artistas dos Quadrinhos.

Gustave Doré nasceu em Strasbourg, no nordeste da França, no dia 6 de janeiro de 1832 e faleceu em Paris no dia 23 de janeiro de 1883, de ataque cardíaco, com apenas 51 anos de idade. Seu pai era engenheiro e foi convidado a ir a Bourg-en-Bresse coordenar a construção de uma ponte. Levou junto sua família e matriculou o pequeno Gustave na escola local, onde ele logo cedo chama a atenção pelos seus desenhos e caricaturas. Quando tinha 12 anos, um gráfico local resolveu publicar suas primeiras litografias com o tema “Os Trabalhos de Hércules”. Em seguida, foi orientado a ir para Paris. A partir de 1847 ele começa a estudar no Liceu Carlos Magno. Ao mesmo tempo em que frequentava o colégio, Doré também fazia caricaturas para o “Jornal para rir”. Rapidamente ele se torna conhecido e participa com dois desenhos do Salão de 1848.

Mesmo com a imensa capacidade de trabalho de Doré, nem ele foi imune à acidez dos críticos de quem se considerava uma vítima, especialmente por causa de suas pinturas a óleo.

Gustave Doré foi também um grande leitor, especialmente dos grandes autores da literatura que lhe despertavam a imaginação, criando universos próprios, como é o caso da Divina Comedia, de Dante, cujo “Inferno” recebeu suas melhores ilustrações. Mas também se interessou pelas Fábulas de La Fontaine, pelos contos de Perrault, o “Paraíso Perdido” de John Milton, o “Dom Quixote” de Cervantes, o livro de Victor Hugo “Notre Dame de Paris”, assim como diversas peças teatrais de William Shakespeare. E se debruçou sobre a Bíblia, criando para este livro sagrado dos cristãos ilustrações que até hoje povoam as mentes e as lendas da cultura popular.

Uma espécie de herdeiro de outro grande caricaturista, Honoré Daumier, Doré também se dedicou a satirizar a sociedade e a política. Com apenas 16 anos de idade, ele colabora com o “Jornal para rir”, um folhetim satírico que nasceu após a Revolução de 1848. Gustave Doré satirizava a todos e a tudo, desde os políticos, a burguesia, os próprios artistas. Tudo, sob seu desenho, se transformava em algo cômico..

Ele também gostava muito de viajar pela Europa, especialmente para a Espanha e Londres. Na capital do império britânico que na época era a cidade mais rica do mundo ocidental, ele também se volta para a periferia da cidade, onde habitavam aquelas pessoas que viviam sob a mais completa pobreza. Ele fez uma série de desenhos intitulada “Londres: uma peregrinação”, publicada em livro após a guerra de 1870. Nessa série, Doré mostra as contradições de uma cidade próspera da era vitoriana, em que o luxo agredia os miseráveis, e a arquitetura parecia esmagar as pessoas. Lugar de residência da alta sociedade e da aristocracia inglesa, Londres também era o lugar dos pobres que viviam em seus pequenos cubículos, famintos e mal vestidos. O escritor inglês Charles Dickens descreveu muito bem como era esse ambiente naquela cidade rica. Na Espanha, atrás da terra de Dom Quixote, Gustave Doré foi procurar viver suas aventuras, buscando registrar como viviam desde dançarinos até os contrabandistas, mendigos e músicos.

Por tudo isso Gustave Doré também é considerado um dos grandes cronistas dos anos 1840-1880. Ele expõe as condições sociais em que viviam seus contemporâneos. Uma gravura, como “A prisão de Newgate”, que foi copiada por Van Gogh, é o retrato mais sombrio de como era a vida prisional na época. A guerra de 1870 foi para ele também tema para um grande número de telas. Como exemplo, a tela “O Enigma”, de 1871, que se encontra no Museu d’Orsay. Pintada no calor da guerra franco-prussiana, ela é testemunha dos momentos sombrios em que viviam os franceses.

Doré foi também pintor. Suas telas com temas religiosos parecem apresentar seu próprio catecismo. Também se dedicou à pintura histórica, sempre com seu modo pessoal de ver as coisas, que oscilava entre o olhar romântico e o simbolismo que impregnava sua alma. Mais tarde na vida, ele se dedicou também a pintar paisagens.

Depois dos 45 anos, ele se voltou também para a escultura, de forma autodidata. Sempre demonstrando uma certa característica teatral, que inclusive lhe rende o reconhecimento de ter sido um dos precursores do cinema.

Uma informação bem interessante - e útil - para quem desenha. Gustave Doré se orgulhava de ter feito, até os 33 anos de idade, mais de 100 mil desenhos! E ele mesmo reinvindicava para si o mérito de ser um dos maiores desenhistas de seu século.

















CAPAS DE DISCOS QUE MARCARAM ÉPOCA.

Do final dos anos 60 até o advento do Napster, as capas de discos faziam a alegria da galera do rock n´roll: desvendá-las, explicar “metafisicamente” seu conceito e outras saudáveis bobagens faziam parte do sabor da novidade em se escutar um registro novo. Algumas bandas elevaram à enésima potência a mística em torno da embalagem de seus trabalhos, lançando álbuns com capas diferentes, edições limitadas, capas de couro, símbolos estranhíssimos e por aí vai.
Aproveitando esse embalo, um grupo de designers ingleses começou a canalizar sua criatividade em projetos voltados exclusivamente a esse tipo de arte. Fundada em 1967, a Hipgnosis é tão emblemática para o rock n´ roll quanto os adereços de KEITH RICHARDS. Tendo clientes do naipe de PINK FLOYD, SCORPIONS e SABBATH, a empresa traduzia para suas ilustrações um retrato da época, valendo-se de uma construção de imagens que ultrapassava a mera estética gráfica, captando a simbologia de inquietação do imaginário coletivo.

1973 - “Dark Side of The Moon”

Em minha opinião, as capas posteriores feitas para o PINK FLOYD pela mesma empresa - “Wish You Were Here” (1975) e “Animals”(1977) - são esteticamente muito mais interessantes. O “x” da questão é que, em termos de reconhecimento, até a minha avó reconhece o prisma clássico – que é quase a representação da própria banda.

1974 - “Phenomenon”

O terceiro disco do UFO juntou a “fome com a vontade de comer”: além de ser um clássico absoluto, que representou a virada hard rock para a banda, o álbum apresentava essa enigmática capa, contrastando o tradicionalismo com uma visão além das convenções. Top!

1974 - “The Lamb Lies Down on Broadway”

Parte do conceito do rock progressivo está - claro - ligado à tradução de sua musicalidade peculiar - vide as louquíssimas capas do YES nos anos 70. Aqui o GENESIS não fica pra trás. O álbum – conceitual - traz uma imagem de alteridade em sua capa, candidatíssima à uma das melhores do gênero.

1976 - “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”

A bem da verdade, a capa original não era essa - que só foi inserida a partir da reedição do álbum – quando a banda já gozava de mais prestígio. Agora, verdade é que essa capa não foi superada pela banda - nem depois dos muitos milhões que vieram depois.

1976 - “Technical Ecstasy”

Ozzy descreveu a capa do sétimo álbum do SABBATH como “dois robõs f....endo em uma escada rolante”. Mesmo a Hipgnosis tendo produzido posteriormente a arte de “Never Say Die”, essa capa reflete o contexto do full length: novos ares, nova versão tecnológica de mundo e o prenúncio do fim dos anos 70.

1977 - “Going For The One”

De bobo, o pessoal do YES nunca teve nada: pegando o embalo do pessoal do FLOYD, contrataram a Hipgnosis e fizeram essa capa futurista, que retrata as torres gêmeas do Century Plaza Towers em Los Angeles.

1979 - “In Through the Out Door”

Musicalmente falando, o menos inspirado dos discos do LED. Mas, até nisso eles tinham que dar uma colher de chá: a capa- que saiu em seis perspectivas diferentes sobre uma mesma imagem - é considerada uma das melhores da história do rock n´roll.

1980 - “Animal Magnetism”

Dizem que uma imagem vale por mil palavras, então...

1981 - “Difficult To Cure”

Segundo consta, essa capa nem foi produzida especificamente para esse disco do RAINBOW  - seria uma opção para “Never Say Die”. O que dá para dizer é que BLACKMORE realmente tem sorte: a capa tem mais profundidade que o conteúdo do disco- que marcou a passagem do som da banda de hard pedreira para uma fase mais comercial.

1981 - “High n´Dry”

O segundo álbum do DEF LEPPARD  já começa com o pé direito: sua capa se tornou uma das poucas realmente interessantes do hard rock dos anos oitenta, marcado por lamentáveis fotos de gente maquiada até o último fio de cabelo.


Lito Karakostanoglou



A designer de Joias grega Lito Karakostanoglou conseguiu preservar escaravelhos reais e os abrigou em "Joias - Gaiola". Os escaravelhos foram capturados pela designer em suas viagens ao redor do mundo, o que lhe permitiu diferentes espécies, cores e tamanhos. 
Como designer de jóias, ela revisita em um espírito artístico contemporâneo, movimentos emblemáticos de elegância echarme, como a Art Nouveau e Art Deco. 









Nascida em 1972 na Grécia, Lito Karakostanoglou é pós-graduadaem Marketing e Propaganda. Abriu seu proprio atelier-boutiqueem 1999, em Atenas, onde criou peças exclusivas para uma clientela privada, se mudando para Paris em 2004 para completar sua formação em Belas Arte e Desenho Técnico. Passa então a criar peças únicas de joalheria para os shows de moda de Kenzo(2005) e de Jean Paul Gaultier (2006). Hoje Lito vive em Atenas, onde reabriu seu atelier-boutique no centro da cidade.

RITUAL DA TOCANDIRA


O ritual da Tocandira coincide com a época do fábrico, termo regional utilizado pelos Sateré-Mawé para indicar as várias etapas do beneficiamento do guaraná e dura aproximadamente 20 dias. Os índios referem-se a este ritual como ''meter a mão na luva'', também conhecido pelos regionais como ''Festa da Tocandira''. Trata-se de um rito de passagem, quando os meninos tornam-se homens, de extraordinária importância para os Sateré-Mawé, com cantos de exaltação lírica para o trabalho e o amor, e cantos épicos ligados às guerras. 

Os rituais de passagem da puberdade são acontecimentos marcados com rituais de extremo valor na comunidade. Os homens submetidos à prova das formigas tocandira ou tucandeira (Paraponera clavata) são instigados a colocar a mão em uma luva de palha trançada infestada de formigas tucandeira, e aguentá-las durante pelo menos 10 minutos, enquanto todos os índios dançam ao redor em uma música em língua local. Em seguida, a luva é repassada ao índio do lado (que também deve aguentar os 10 minutos), e assim por diante, até passar por todos os adolescentes que estão a ingressar em vida adulta. Durante o ritual os adolescentes ficam com suas mãos inchadas seguidos de vários efeitos consecutivos, como febre, câimbra, vermelhidão nos olhos, etc. O ritual prossegue com danças de roda por 11 horas. Para se tornar um guerreiro, os jovens Sateré-Mawé devem passar por esse ritual 20 vezes.


Na véspera da festa, a tribo se reúne e localizam as formigas que através de uma varinha, são forçadas a entrar num bambu chamado tum-tum. No dia seguinte essas mesmas formigas, são colocadas num recipiente com água misturada as folhas maceradas de cajueiro, que liberam um clorofórmio natural que tem propriedades anestésicas. Intorpecidas, elas ficam sem reação e centenas delas são fixadas pela cintura na trama da luva feita de folha de palmeira, com o ferrão voltado para a face interna. As formigas despertam momentos antes do ritual. As luvas utilizadas durante este ritual são tecidas em palha pintada com jenipapo e adornadas com penas de arara e gavião.



A tocandira, também conhecida como tucandeira, é uma formiga encontrada nas florestas tropicais brasileiras. Ela é facilmente reconhecida pelo tamanho: com 2-3 cm de comprimento, é oito vezes maior do que uma saúva operária. Sua picada é tão dolorosa que algumas pessoas dizem ser pior do que um ferimento a bala. Esse fato lhe rendeu o nome de formiga bala em espanhol e bullet ant em inglês (formiga bala na tradução literal). A formiga desenvolveu essa arma como mecanismo de defesa. A dor lancinante leva o animal picado a acreditar que levou uma lesão bem mais grave que uma ferroada de formiga e acaba fugindo. Leia mais sobre a formiga aqui.


No que concerne aos benefícios à saúde do Ritual da Tucandeira, cabe ressaltar as possíveis resultantes biológicas das ferroadas das formigas. Ao injetar ácido fórmico no organismo, essas ferroadas contribuiriam para a defesa endógena do indivíduo, aumentando a imunidade contra doenças. A questão foi abordada por Nunes Pereira (2003, p.68): "As ferroadas das tocandiras não são aplicadas apenas nessas provas de iniciação; os Maués acreditam na ação curadora do ácido fórmico, que lhes é peculiar, pois, quer nos acessos de paludismo, quer nas gripes, quer noutra enfermidade qualquer, cuidam de aplicá-las sobre a parte do corpo onde presumem estar localizada a moléstia". De fato, na comunidade sateré-mawé Y'Apyrehyt, sem qualquer vínculo com o rito de iniciação, a ferroada de uma ou duas formigas tucandeiras é usada para a cura de dores articulares e cólicas menstruais. E por ser impossível precisar onde e quando esse ritual teve origem, seria inadequado separar o componente social da utilidade médica, ambos unidos pelo conhecimento historicamente acumulado desse povo.


Se, anteriormente, esse ritual significava a passagem da infância à idade adulta e atribuía ao menino a condição de homem, hoje agrega outros significados, vinculados ao caráter de espetáculo aos turistas visando à obtenção de renda. De modo análogo, se, em momento anterior, as ferroadas das formigas tucandeiras tinham a função precípua de marcar os limites entre dois estágios da vida - o menino transformado em homem por suportar a dor, mostrando-se assim preparado para exercer o papel masculino na comunidade -, nos dias atuais, na comunidade sateré-mawé Y'Apryrehyt, as ferroadas das formigas são também utilizadas como método de tratamento para certos tipos de dor.






Sateré - quer dizer "lagarta de fogo", referência ao clã mais importante dentre os que compõem esta sociedade, aquele que indica tradicionalmente a linha sucessória dos chefes políticos. O segundo nome - Mawé - quer dizer "papagaio inteligente e curioso".

A língua Sateré-Mawé integra o tronco lingüístico Tupi. Segundo o etnógrafo Curt Nimuendaju (1948), ela difere do Guarani-Tupinambá. Os pronomes concordam perfeitamente com a língua Curuaya-Munduruku, e a gramática, ao que tudo indica, é tupi. O vocabulário mawé contém elementos completamente estranhos ao Tupi, mas não pode ser relacionado a nenhuma outra família lingüística. Desde o século XVIII, seu repertório incorporou numerosas palavras da língua geral.

Os homens atualmente são bilíngües, falando o Sateré-Mawé e o português, mas a maioria das mulheres, apesar de três séculos de contato com os brancos, só fala a língua Sateré-Mawé.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Calígulas e suas curiosidades!


Caio Júlio César Augusto Germânico, mais conhecido popularmente pelo seu apelido: Calígula. Um dos imperadores mais famosos e cheios de histórias do Império Romano. Regente de Roma de 37 d.C. até 41 d.C., teve um governo de curto período mas suficiente para muitas polêmicas históricas.

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 O nome “Calígula” significa, do latim, “Botinhas”, posta pelos soldados das legiões comandadas pelo seu pai, que achavam graça em vê-lo vestido de legionário com pequenas botinhas nos pés para proteção.
 Após a morte de seu pai, a família de Calígula passou por uma série de mortes bastante misteriosas. Vários historiadores dão a autoria desses crimes ao próprio Calígula, que tinha total interesse em herdar o trono romano, pois o imperador anterior a ele era seu tio.
Os exageros no jeito de governar fizeram uma crise econômica de enorme gravidade, principalmente por conta das suas reformas urbanísticas de Roma e das cidades vizinhas, cujo objetivo era mostrar opulência do seu governo, que culminou em falta de dinheiro no governo e fome.
 Uma das loucuras de Calígula foi durante a campanha do exército romano na Grã-Bretanha, pois em vez de mandar lutar, o imperador ordenou que as legiões catassem conchas das praias e levassem para Roma as mais bonitas para uma coleção particular de Calígula.
 Um dos escândalos mais proeminentes, de acordo com os historiadores, foi o fato de Calígula manter relações sexuais incestuosas com suas irmãs, obrigar seus cunhados a fazerem sexo com ele e prostituir a mãe e as irmãs, sendo o cafetão delas recebendo uma porcentagem de cada programa.
 Existem poucas fontes sobreviventes que descrevam o seu reinado, nenhuma das quais refere de maneira favorável. Pelo contrário, as fontes centram-se na sua crueldade, extravagância e perversidade sexual, apresentando-o como um tirano demente.
Até os três ou quatro anos de idade acompanhou o pai nas incursões do norte da Germânia, tornando-se o “mascote” da legião, chegando a aprender a matar e a se defender com essa tenra idade. É nesse período que ganha o apelido que o eternizou: “Calígula”, ou “Botinha”. Depois de grande, ao que tudo indica, ele passou a odiar esse apelido, muito usado por seus adversários políticos.
 De acordo com muitos historiadores especializados em Roma Antiga, Calígula era um “ótimo ator”. Ou seja, sabia atuar como falso aliado e agente duplo entre aqueles que sabia ser de moral duvidosa. Foi desta maneira que conseguiu se libertar da prisão domiciliar que vinha sofrendo há seis anos, desde a morte do pai e dos avós.
Os historiadores escrevem que Calígula armou uma forte coalizão de políticos ao seu redor para que ele conseguisse subir ao poder como imperador, uma vez que, aos poucos, foi galgando espaço entre os imperadores e, por sua atuação, ganhando a simpatia dos generais das legiões. Alguns psicólogos e psiquiatras veem nesse comportamento do nosso personagem um grave toque de psicopatia social.
 Diz a história que quando Calígula subiu ao trono, foi extremamente aclamado por todo o povo, desde os generais do exército e os aristocratas até o povo mais humilde e escravos, pois prometera uma série de reformas. Durante sua aclamação, por já ser conhecido pelo exército como pequeno mascote e por ser muito novo, foi chamado em coro nas ruas de Roma como “Nosso bebê”.


 Os primeiros atos de Calígula como imperador foram generosos com o povo e o exército embora. O imperador concedeu à guarda pretoriana e às tropas urbanas e fronteiriças uma generosa recompensa pelos serviços prestados, a fim de ganhar o apoio do exército. Destruiu os documentos nos quais ficaram registrados os nomes dos acusados de traição durante o mandato de Tibério, declarou que os juízos por traição eram coisa do passado e chamou para Roma os exilados.
 Logo depois de ser nomeado como imperador, Calígula caiu gravemente doente. De acordo com os historiadores da época, todos entraram no mesmo consenso: o governante acabou amigo dos excessos: muita comida, muita gordura, muita bebida, muito fumo, uso de drogas etc.
Curiosamente, após recobrar a saúde, Calígula ordenou assassinar várias pessoas que prometeram as suas vidas aos deuses se o imperador se recuperava. Forçou a cometer suicídio àqueles exilados durante o seu reinado: a sua esposa; o seu sogro, Marco Silano; e o seu primo, Tibério Gemelo.
Em 38, a administração de Calígula focou-se nas reformas públicas e políticas que precisava o império. Foi publicado um documento com os registros das despesas que realizara o imperador, algo nunca feito durante o reinado de Tibério; os afetados pelos incêndios foram ajudados; foram abolidos certos impostos; e impulsionados os eventos desportivos. Também foram admitidos novos membros nas ordens senatorial e equestre. Talvez o mais significativo deste período seja a volta das eleições democráticas.
A política de Calígula, pontuada pela generosidade e a extravagância, esgotou as reservas financeiras do Império. Os historiadores antigos afirmam que Calígula reagiu acusando falsamente alguns senadores e cavaleiros para multa-los e até mesmo executá-los com o propósito de se apoderar do seu patrimônio. Com o objeto de fazer face à crise, Calígula pôs em funcionamento uma série de medidas desesperadas, algumas das quais são descritas pelos historiadores; como pedir dinheiro ao povo nos atos públicos. Estabeleceu novos impostos nos juízos, casamentos e prostíbulos, e implementou leilões pela venda dos gladiadores nos espetáculos.
 Uma das excentricidades do governo de Calígula foi ter feito a população romana passar fome enquanto os barcos que eram usados para abastecimento de cereais passaram a ser usados simplesmente como pontes flutuantes.
 Outro ponto alto é que, no meio da crise alimentar pela qual a capital do império passava, Calígula desprendeu esforços para a construção de infraestruturas particulares, como palácios de amigos e aliados políticos, portos privados para comércio com o Egito, construção de anfiteatros e de teatros fechados, além de casas de banho.
 Além disso, o imperador tinha um lazer extremamente extravagante. Além de prostituir a mãe e as irmãs, e fazer sexo com seus cunhados depois de longas bebedeiras, mandou construir circos em todo império e, no Lago Nemi, mandou montar as duas maiores embarcações da sua época para poder desfrutar o verão no leito do lago como os ricos fazem em suas enormes lanchas iates de vários pés.
Outro ponto nevrálgico da história do nosso personagem no post de hoje é que ele era extremamente vingativo, e por isso mandou executar vários políticos, senadores, supostos aliados e, principalmente, os seus inimigos causando a revolta do Senado Romano, que se sentia coagido com um imperador à beira da loucura.
 Em 40, Calígula desenvolveu uma série de políticas muito controvertidas que fizeram da religião um importante elemento do seu papel político. O imperador começou a realizar as suas aparições públicas vestido de deus e semideus, como Hércules, Mercúrio, Vênus e Apolo. Referia a si mesmo como um deus quando comparecia ante os senadores, e ocasionalmente aparecia nos documentos públicos com o nome de Júpiter. Erigiu trêstemplos dedicados a si mesmo.

 

Durante a governança de Calígula, ele teve que enfrentar várias revoltas populares de cunho religioso, além de gravíssimas conspirações do exército e dos demais políticos. Uma das revoltas mais proeminentes foi a do Egito, quando gregos e judeus se recusaram insistentemente a adorarem Calígula como um deus.
Os historiadores contemporâneos ao imperador colocam Calígula como uma pessoa demente, vaidoso, caprichoso, debochado, tarado e enfermo sexual. Foi acusado de estuprar as mulheres de seus ministros e fazer sexo com seus cunhados, além de matar por pura diversão.
 De acordo com outras fontes históricas da época, Calígula tinha um temperamento muito forte, “pavio curto”, era esquentado e de poucos amigos. Em relação à sua fisionomia, era alto, grande, pernas grossas, olhos fundos, poucos cabelos, testudo, corpo peludo, rosto feio e era extremamente feroz com qualquer um.
Outras histórias também são incomuns, tais como: mandar legiões para exercícios irreverentes (como catar conchinhas na praia na Grã-Bretanha), prostituir a família, transformar o palácio em um bordel, além da história mais famosa de todas envolvendo o seu nome: o imperador quis nomear o seu cavalo, Incitatus, cônsul e sacerdote.
Segundo Josefo, as ações do imperador desencadearam uma série de conspirações na sua contra, até finalmente ser assassinado; no mesmo, viram-se envolvidos os integrantes da guarda pretoriana, liderados por Cássio Querea. Embora o complô fosse concebido somente por três homens, é provável que muitos senadores, soldados e equipes estivessem a par do mesmo e, de certa forma, envolvidos.
 Apesar da fama de louco, das crises políticas e econômicas, a morte de Calígula através do seu assassinato mostrou como o exército permanecia leal a ele, impedindo a instauração da república, e a população pediu nas ruas de Roma que os responsáveis pela morte do imperador fossem condenados à morte.
 Das poucas fontes sobreviventes, não existe nenhuma que ofereça uma visão favorável do imperador. A escassez e parcialidade dessas fontes deu lugar a importantes lacunas a respeito do seu reinado. Dos seus dois primeiros anos no trono não sobreviveu praticamente nada e, além disso, os importantes eventos acontecidos durante o seu reinado, tais como a anexação da Mauritânia, a campanha na Britânia e as diferenças com o senado, não foram descritas devidamente Suetônio escreve que Calígula padeceu epilepsia quando era novo. 
Os historiadores modernos teorizaram que o imperador vivia com um profundo e contínuo medo a sofrer um ataque associado à sua doença. Apesar de que aprender a nadar era parte da educação imperial, o imperador não o fez, pois os epiléticos podem sofrer ataques causados pela luz que se reflete na água. Também é dito dele que falava com a lua cheia, e a lua é relacionada ocasionalmente com a epilepsia. Muitos historiadores defenderam que Calígula padecia hipertiroidismo.