domingo, 4 de maio de 2014

OS SEIS CEMITÉRIOS MAIS ESTRANHOS DO MUNDO


Visitar cemitérios pode parecer um programa pouco sedutor. No entanto, o mundo está cheio de cemitérios fascinantes com histórias românticas e lugares de descanso muito famosos. Além disso, são ótimos locais para apreciar belas estátuas e um pouco da arquitetura de famosas cidades. Por isso, te aconselhamos a não subestimar esse mórbido lugar.
Quase todas as cidades mais importantes do mundo abrigam um grande cemitério, nos quais está resguardada, sob o silêncio de suas tumbas, um pedaço de sua história. Aí é possível encontrar túmulos de famosos, descobrir personagens de contos lendários, lendas esquecidas e um pedaço do passado que é visto através dos monumentos e esculturas. Visitar um cemitério pode ser uma agradável surpresa. Aqui você encontra uma pequena lista com os cemitérios mais famosos do mundo e algumas dicas de como aproveitar melhor a sua visita a eles.

1. Cemitério de Praga


Além de ser uma das mais belas cidades da Europa, a capital da República Tcheca abriga mais do que igrejas barrocas, ruas de paralelepípedos e cervejarias com grandes portões e telhados vermelhos. Após cruzar o rio Moldava pela ponte de Carlos para ir para a Cidade Velha ou Cidade Pequena (Malá Strana) é necessário enfrentar uma subida bastante ingrime. Uma vez em Malá Stranavocê chegará a Josefov, um antigo bairro judeu, com seis sinagogas e muitos bares com vidros duplos para proteger os visitantes do inverno rigoroso.
Nos bares não faltam referências a Golem, um personagem lendário criado por um judeu das redondezas, ele deu vida a um boneco de barro, que teve que ser destruído quando se tornou incontrolável. Esta história foi resgatada por escritores como Isaac Bashevis Singer e Jorge Luis Borges e segue enchendo o bairro com seu mistério. O maior deles é como eles poderiam enterrar 30 mil pessoas entre 1439-1787 no pequeno cemitério judaico localizado exatamente no centro do bairro. A enorme quantidade de lápides desgastadas e enegrecidas são de tirar o fôlego, umas empilhadas sobre as outras, como se estivessem disputando um lugar na memória. Todos abrigados por um telhado verde de carvalhos e castanheiros.
A parte triste da história, no entanto, está neste cemitério no qual estes morreram em paz, mas, no Museu do Estado judeu repleto de lustres e estrelas de Davi, que foram recuperadas após a pilhagem e destruição sofrida pelo bairro durante a guerra. A sinagoga Pinkas, por exemplo, contém os nomes de cerca de 80 mil judeus assassinados durante o genocídio nazista, metade deles cidadãos de Praga. E, em outro museu está exposto o verdadeiro horror da guerra: onde estão expostos os desenhos das crianças prisioneiras, relatando o horror do campo de concentração de Terezin. O cemitério, junto a isso, é um refúgio de paz e alegria em torno do qual os jovens se reúnem em Praga para degustar suas saborosas cervejas Pilsen.

2. Roma


Ao descer da estação Pirâmide tomando o metrô em Roma, caminhando pela Via Caio Céstioaté chegar ao número 6, chega-se a um charmoso jardim arborizado, onde se encontram os túmulos de alguns dos alemães e ingleses do século XVIII. Antes mesmo de chegar a essa rua, você já se surpreende com a visão de uma estranha pirâmide estilo egípcia construída por encomenda de um juiz romano, Caio Cestio no ano 12 a.C., perto da Porta di San Paolo, para que ele o utilizara como mausóleo. Este cemitério protestante funciona desde 1738 para os romanos não católicos.
Seus caminhos intrincados levam ao túmulo do famoso poeta romântico John Keats, que morreu de tuberculose em 1821, cujo epitáfio se lê com humildade: “John Keats, poeta Inglês jovem: aqui jaz um poeta cujo nome foi escrito na água”. Ao lado estão os restos de seu amigo e também poeta Joseph Severn (morto em 1879). Aí pertinho esta também o túmulo de Percy Shelley Bysse, que foi um dos maiores representantes do romantismo rebelde, autor de ensaios filosóficos contra dogmas e autoritarismo. Sua vida foi tão romântica como seu trabalho: se casou, fugiu para Roma com a romancista Mary Wollstonecraft (mais tarde conhecida como Mary W. Shelley), filha da primeira feminista do mundo de mesmo nome e autora da famosa história de Frankenstein. Casou-se com ela apenas após descobrir que sua esposa havia cometido suicídio afogando-se em uma lagoa de um parque londrino. Ele cultivou amizade com o poeta Lord Byron, até que em 1822, um pouco antes de seu aniversário de 30 anos, Shelley morreu afogado em uma tempestade durante uma viagem de barco de Livorno para La Spezia. Seu corpo, encontrado na praia, foi levado diretamente para este cemitério, que é o favorito dos amantes da literatura Inglesa.

Catacumbas romanas


Em Roma, existe uma quantidade enorme de catacumbas subterrâneas que são cemitérios esculpidos pelos romanos. Eles tinham vários níveis que se estendiam para baixo e para fora a medida em que o tempo passava.
As Catacumbas de Santa Domitila, Santa Priscila, San Calisto e San Sebastiano são as mais visitadas. Elas ficaram famosas ao servir como um refúgio para cristãos que se escondiam do exército, o qual não podia aceder a esses lugares. Embaixo da Igreja de São Sebastião, nas catacumbas homônimas com a Via Appia Antica, onde existe um templo cristão antigo, em suas paredes é possível ler os grafites em latim que ele escreviam pedindo favores a “Paulus et Pietros” e assegurando em latim: “Claudio esteve aqui.” E sob ele encontra-se um antigo templo pagão dedicado à deusa Mitra, lindamente decorado com flores de gesso em tons pastel. Você vai encontrar estas catacumbas na Via Ápia Antica, 136.

3. Paris


No final da Avenida da República, no topo de uma colina, está o maior e mais famoso cemitério do mundo, que existe desde a Idade Média. Talvez porque através dele tem-se uma magnífica vista de Paris. Este cemitério está longe de ter um clima sombrio, com muitos famosos enterrados neste lugar, e parece mais uma galeria ao ar livre do que um cemitério.
Entre os monumentos mais admirados estão as figuras famosas de Abelardo e Heloísa, os amantes do século XII, que jazem juntos deitados lado a lado, sob um telhado gótico. Há também a bela escultura moderna deOscar Wilde construída por Jacob Epstein, e o túmulo da escritora americana Gertrude Stein, que foi mecenas de expoentes do modernismo como Pablo Picasso, Matisse, Braque e Hemingway, que costumavam se reunir em sua casa. Entre as figuras mais brilhantes da cultura estão La Fontaine, Molière, Balzac, Daumier, Ingres, Delacroix, Corot, a cantora Edith Piaf e compositores como Chopin e Rossini.
E há muitos outros para citar. Mas o túmulo mais visitado todos é, sem dúvida, o de Jim Morrison, líder do grupo The Doors. Morrison havia visitado o cemitério uma semana antes de morrer de overdose em um apartamento em Paris, em 7 de julho de 1971 – e disse, profeticamente, que seu desejo era ser enterrado aí. Seu lugar de descanso final é o quarto mais visitado pelos turistas que vêm a Paris depois da Torre Eiffel, Notre Dame e do Centro Pompidou. Há câmeras em todos os lugares ao redor da sepultura, porque os fãs já roubaram pelo menos quatro lápides. Finalmente, os pais de Morrison em 1991, colocaram uma lápide onde se lê a frase grega ambivalente “Daimona Eaytoy Ton Kata”, que se presta a duas interpretações: em grego moderno significa “o espírito divino dentro de si”, e em grego antigo se traduz como “Ele criou seus próprios demônios.” O cemitério está em Boulevard Menilmontat a alguns metros da estação Pere Lachaise do metro.

4. Londres


O bairro residencial ao norte de Londres, cheio de mansões de comerciantes que ficaram ricos nos séculos XVII e XVIII, é também o lugar onde está o histórico cemitério desta cidade. É dividido em ramos Ocidente e do Oriente. A parte ocidental é um museu em si, uma vez que abriga os túmulos de muitas pessoas famosas. Cheio de estreitas trilhas arborizadas e floridas, com tumbas de diferentes períodos, que competem entre si para ver qual tem melhor estilo e ornamentos.
É quase um jogo descobrir seus caminhos intrincados entre as lápides de pintores e escritores britânicos, ou cientistas, como o físico Michael Faraday, um precursor louco o suficiente para arriscar sua vida provando que a eletricidade flui sobre a superfície de corpos sólidos, e não no lado de dentro. Para isso ele projetou uma gaiola, entrou nela e a submeteu a uma carga de altíssima voltagem … e saiu vivo e feliz por ter provado que sua teoria estava correta.
O setor oriental do cemitério é um lindo jardim, onde está o túmulo de um homem que mudou a história da humanidade: o alemãoKarl Marx , que nasceu em Trier e morreu em Londres em 1883. O ideólogo marxista está fortemente representado por um busto lapidado por Laurence Bradshaw em 1956. Os escritores George Eliot (1818-1880), pseudônimo que ocultava o famoso romancista Mary Anne Evans, admirado por Emily Dickinson e Virginia Woolf, William Foyle (1885-1963) e William Friese Greene (1855-1921) também estão reunidos aqui em seu descanso eterno.

5. Nova Iorque


Na Broadway, em Nova Iorque, em frente a Wall Street e perto do Marco Zero perto do World Trade Center está esta pequena igreja gótica toda construída em pedra preta. Esta foi a primeira Igreja Episcopal de Nova Iorque, fundada com dinheiro concedido pelo rei William III em 1697 e com a ajuda extra de William Kidd, um pirata executado mediante enforcamento em Londres, em 1701. A igreja mudou repetidamente seu estilo arquitetônico e o último pertence ao projeto de Richard Upjohn e data de 1846. A igreja está rodeada por um jardim protegido por uma cerca. São pequenas árvores 
em uma enorme quantidade de lápides enegrecidas e tolhida em contraste com os moles de concreto, alumínio e vidro que se levantam em torno dele, no distrito financeiro.
À direita da igreja estão os túmulos de Robert Fulton (inventor da máquina a vapor), o editor William Bradford, e várias figuras influentes da história americana, incluindo Francis Smith, representante de Nova Iorque na empresa da Declaração de Independência dos Estados Unidos. Este terreno, que está avaliado em dezenas de bilhões de dólares por conta de sua localização estratégica, continuará a ser o lugar preferido para que muitos executivos possam ter um almoço tranquilo, ou ainda, o lugar de piquenique para hippies, executivos, ou qualquer cidadão que queira fugir por um momento da loucura de Manhatan.

6. Rio de la Plata



Um cemitério em plena ilha Martin Garcia. Esta pequena ilha no rio da Prata tem muitos mistérios fascinantes: tem uma praça de touros enorme que raramente era usada, uma reserva natural, um velho teatro abandonado, uma padaria especializada no melhor pão doce do país e um dos cemitérios mais esdrúxulos da Argentina.
Aí é possível ver cruzes ladeadas entre ervas daninhas e flores silvestres. Muito grande para a pequena cidade que a ilha abrigava. O engraçado é que ninguém sabe por que, mas o braço transversal de todas as cruzes está inclinado de forma diagonal, muito diferente da tradicional cruz cristã. Alguns dizem que isso é um sinal de luto enorme em função da quantidade de vítimas que morreram durante uma epidemia de febre amarela. Mas, na verdade, este é mais um dos mistérios da pequena ilha do Prata.

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