“O rock sempre foi a música do demônio. Eu acredito que o Rock And Roll seja perigoso. Sinto que estamos brincando com algo mais assustador do que nós mesmos.” - David Bowie em entrevista à revista Rolling Stone.
Desde seu surgimento, o rock sempre esteve associado de alguma forma ao ocultismo, mesmo quando não associado diretamente à adoração ao demônio. Estas acusações têm sua origem na temática das músicas, que muitas vezes pregam:
* a rebeldia e o ataque ao sistema vigente;
* hedonismo (gozo máximo dos prazeres terrenos, como drogas e sexo), um dos princípios da maior parte das seitas satanistas e portanto, contrário à pregação das igrejas cristãs;
* a vontade própria acima da vontade da maioria, outro ponto fundamental das seitas satanistas, sendo inclusive o resumo do pensamento do satanista inglês Aleister Crowley: “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei. Todo homem é um indivíduo único e tem direito a viver como quiser”.
Filósofo inglês do século XIX, Aleister Crowley era considerado bruxo, anti-cristão e satanista. Seu pensamento e pregação se resumiam na obra chamada “Livro da Lei” e na doutrina conhecida por “Thelema” (palavra grega que significa “vontade”), cuja máxima era o pensamento acima citado. Seus princípios hedonistas foram base para todas as doutrinas satanistas que se seguiram. O bruxo adotou a denominação de "Número 666”, - que como se sabe, é o número do Anticristo descrito no Apocalipse da Bíblia - e despertou muito interesse entre artistas de rock.
Nas duas últimas décadas, muitos rock-stars adotaram abertamente uma atitude (ou, ao menos, uma aparência) demoníaca, (Kiss, Ozzy Osbourne, Alice Cooper, Wasp, etc) e até mesmo o ocultismo como tema de suas músicas (Rolling Stones, Iron Maiden, Black Sabbath, AC/DC, etc).
1. A seguir, algumas bandas e artistas apontados como satanistas:
· Led Zeppelin:
É a banda mais acusada de ter este tipo de tema em suas letras. O guitarrista Jimmy Page foi um profundo estudioso do bruxo inglês Aleister Crowley. Além de adquirir manuscritos e objetos pessoais de Crowley, Page era o proprietário da maior loja de livros de ocultismo da Europa, chamada The Equinox. O guitarrista também comprou a mansão Boleskine, de Crowley, às margens do Lago Ness, e onde Crowley, supostamente, fazia seus rituais. Depois que Jimmy Page comprou a mansão, um caseiro se suicidou inexplicavelmente e um outro ficou louco. A morte do baterista John Bonhan e freqüentes acidentes envolvendo os membros restantes são considerados por muitos provas definitivas do pacto feito entre a banda e os demônios. O símbolo que representa o guitarrista Jimmy Page (algo semelhante a Zoso), segundo alguns, trata-se de um “666” estilizado. Em 1974, durante o lançamento do primeiro disco da gravadora Swan Song, comandada pelos componentes do Led Zeppelin, foi armada uma festa em uma caverna com temática de ocultismo, que incluía mulheres nuas encenando uma missa negra, e garotas vestidas de freiras fazendo striptease. Na edição original, em vinil, do terceiro álbum do Led Zeppelin, constava a inscrição "Do what thou wilt" (“Faze o que quiseres”), um dos ensinamentos de Crowley.
· Rolling Stones:
Primeira banda a abordar esta temática. Na música “Simpathy For The Devil” (Simpatia pelo Demônio), o personagem principal é o diabo, cantando em primeira pessoa. Mick Jagger confirmou que o fundador da “Igreja de Satã”, Antony LaVey, foi o inspirador da canção. Além das diversas referências a satanismo ou vudu, presentes nos álbuns “Goats Head Soup” (gravuras do encarte), “Their Satanics Majesties Request” (“Serviço de Suas Majestades Satânicas”) e “Voodoo Lounge” (“Sala de estar de vudu’).
· Beatles:
Em seus últimos discos abordaram religiões orientais, além de terem abusado do experimentalismo com drogas. John Lennon também foi um estudioso do bruxo inglês Aleister Crowley, sendo este uma das figuras presentes na capa do álbum “Sgt. Peppers”.
· Eagles:
Embora não tenham absolutamente nenhuma aparência ou temática satânica em suas letras, um ex-produtor acusou a banda de ligações com a organização conhecida como “Igreja de Satã”. Descobriu-se mais tarde que a música “Hotel California” possuía mensagens satânicas gravadas ao inverso e que tratava, na realidade, sobre a sede da Igreja de Satã no estado da Califórnia.
· The Doors:
Jim Morrison, líder e vocalista da banda, dizia ter sido possuído pelo espírito de um “shaman", quando assistiu a um acidente automobilístico que matou diversos índios. Segundo ele, esta possessão guiava seu estilo de vida e sua maneira de compor. Em 1970, Morrison se casou com uma feiticeira em um ritual pagão que envolveu invocações de demônios e a ingestão de sangue.
· Iron Maiden:
Depois do lançamento do disco “The Number of The Beast” (O Número da Besta) passaram a ser taxados de satanistas, embora raramente abordem o tema. A mascote Eddie (um morto-vivo) das capas dos discos é freqüentemente associada a um demônio.
· Kiss:
Embora não costume abordar temas satânicos em suas letras, o visual carregado e truques de palco do baixista Gene Simons (que se veste e se maquia como um vampiro, vomita sangue e cospe fogo), levou parte da opinião pública fazer a associação entre o Kiss e o ocultismo. O nome “Kiss” pode ser interpretado como uma sigla de “Knights In Satan's Service” (Cavaleiros a Serviço de Satã). Boatos informavam ainda, que a banda fazia sacrifícios de animais em seus shows.
· AC/DC:
Com o álbum “Highway To Hell” (Auto-estrada para o Inferno) e músicas como “Hell's Bells” (Sinos do Inferno) e quando um assassino serial, conhecido como "Night Crawler" (Rastejador Noturno) afirmou matar influenciado pelas letras da banda, a associação com o satanismo não demorou a surgir. O próprio nome significa “Antichrist / Death to Christ”, numa clara alusão às suas crenças.
· Mercyful Fate:
Banda dinamarquesa de grande influência, cuja marca principal é o visual satânico. O vocalista King Diamond afirmava dormir em um caixão e ser capaz de falar de trás para frente. A banda usava (e usa) na decoração de seu palco restos humanos (ossos) reais, o que não constitui crime na Dinamarca.
· Marilyn Manson:
As músicas do Marilyn Manson trazem, em suas letras, críticas e ataques à religião cristã. Nos shows do grupo, o vocalista Manson - nomeado “reverendo” em uma igreja satanista - cospe, rasga e ateia fogo em Bíblias, além de limpar o próprio sangue nas suas páginas. Os títulos de faixas e discos também são anti-cristãos, como “Antichrist Superstar”, por exemplo. Neste CD, pode-se encontrar uma última faixa, onde Manson fala alguma coisa que não se decifra.
· Black Sabbath:
Além de suas letras abordarem temas sanguinários e satânicos, nos shows, seus integrantes bebiam sangue e comiam animais como morcegos e ratos.
· Ozzy Osborne:
Ozzy Osborne é o dono de uma cadeia de lojas de artigos de magia-negra, na Inglaterra, e continua comendo animais no palco.
· Alice Cooper:
Este era o nome de uma bruxa e a banda o adotou depois de uma “consulta” a uma Mesa Ouija. Isto é, aos espíritos, pois a Mesa Ouija responde a perguntas através do mover sobrenatural de um copo pelas letras do alfabeto dispostas sobre ela.
2. O processo de “Backward-Masking” (retrocesso oculto):
Muito adotado por artistas que seguem o ocultismo, este processo é caracterizado pela gravação de mensagens subliminares em músicas, e que só são percebidas quando rodamos o disco “ao contrátrio”. A música é ouvida pelo nosso consciente e os dizeres ocultos, pelo nosso inconsciente.
O primeiro a fazer uso do retrocesso oculto foi John Lennon, que o difundiu na Inglaterra. No disco “White Album” dos Beatles, no verso da faixa “Revolution #9”, que repete “number nine” várias vezes, pode-se ouvir “come on me dead man”, ao revertermos o disco. Também está presente neste álbum a faixa “The Devil’s White Album”.
Estas mensagens ocultas são louvores a Satanás. Seus temas são em geral, morte, sangue, dor e necrofilia, e frases como “Satanás vive”. As palavras são escolhidas cuidadosamente e, na maioria das vezes, fazem parte do refrão. Não se pode dizer que a presença destas mensagens não é intencional, devido ao fato deste processo ser muito caro.
Existem também aqueles grupos e artistas que não utilizam o backward-masking, colocando os dizeres abertamente em suas letras. Este é o caso do Iron Maiden, na música “The Number of the Beast”, por exemplo.
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