domingo, 21 de agosto de 2011

HIROSHIMA E NAGASAKI


Às 8h15 de uma bela manhã, 6 de agosto de 1945, o mundo testemunhou um dos momentos mais sombrios e decisivos do século 20: A explosão de uma bomba nuclear sobre Hiroshima, no Japão. Daquele dia em diante, nossas vidas nunca mais seriam as mesmas.
Um conflito desta magnitude não começa sem importantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.
Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes,  inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Guerra. Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da região. Estes três países, com objetivos expansionistas uniram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes características militares e com planos de conquistas elaborados em comum acordo.
Em 1939, Einstein convence o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a construir a bomba atômica antes que os alemães o façam. Em 14 de julho de 1945, após 3 anos de pesquisa, foi iniciada a montagem da bomba no Novo México. Dois dias depois a bomba era testada no deserto do Novo México. Sem possuírem noção completa da temperatura da bomba, colocaram na em uma estrutura não resistente ao calor, que derretendo, chegando muito próximo da areia. E esta, exposta a uma temperatura tão alta, vitrificou o fundo do buraco formado pela explosão.
Alemanha e Itália já haviam se rendido. O Japão estava para se render. Mas como mostra do poder dos Estados Unidos e na tentativa de descobrir  o poder da bomba usando pessoas como cobaias, escolheram uma região populosa e sete cidades possíveis para o ataque. Entre elas, havia Kyoto, Nyagada, Yokohama, Kokura, Nagasaki e Hiroshima. Kyoto foi dispensada da lista, por possuir belos templos. As principais eram, primeiro Hiroshima, seguido por Kokura e Nagasaki. 
Paul Tibbets, como tradição de todo comandante e piloto, colocou no avião o nome escolhido por ele : Enola Gay, o nome de sua mãe.  No dia do lançamento, para não correr o risco de caso o avião colidir e a bomba acabar explodindo, partiram com a bomba sem armá-la totalmente. Armariam na  durante o vôo, no ar. Encontrariam-se com mais tarde, antes de lançá-la, com dois aviões, The Great Artiste, responsável pelas medições meteorológicas e, Necessary Evil, a equipe fotógrafa. Estavam só esperando as tempestades passarem e o céu abrir para o inesquecível lançamento da bomba. 
Claude R. Eatherley comandava o B-29 que controlava o tempo, e às 6h05 quando se iniciava a ascensão aos 25 mil pés, informou: “Céu coberto sobre Kokura, céu coberto em Yokohama, Nagasaki coberto..., Hiroshima sem névoa, tempo muito bom, visibilidade ótima.” Isso era o que Paul Tibbets esperava de seu avião. Tinham escolhido o lugar para jogar a bomba. Claude R, Eatherley viveu atrapalhado durante três décadas antes de sua morte, em 1978, sempre repetindo e falando sobre o estado do tempo, nos hospitais onde esteve internado por problemas mentais e conduta desajustada.
"LITTLE BOY"
A primeira bomba, lançada em Hiroshima foi chamada “Little Boy”, com 60 toneladas de urânio. a bomba que detonou a 576 m acima da cidade. Ao cair aos 43 segundos o gatilho barométrico e o de tempo acionaram o mecanismo detonador um projétil de urânio foi disparado contra um alvo de urânio iniciando uma reação em cadeia. E a matéria sólida começou a se desintegrar liberando uma tremenda quantidade de energia.
Após um silencioso clarão, ergueu-se um cogumelo de devastação de 9.000 m de altura provocando ventos de 640 a 970 km/h, espalhando material radioativo numa espessa nuvem de poeira. A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus Celsius, similar à temperatura do Sol. Prédios sumiram com a vegetação, transformando a cidade num deserto.  Quase tudo fora desintegrado. Num raio de 2 km, a partir do centro da explosão, a destruição foi total. 
Ao explodir, a bomba de cinco toneladas provocou uma coluna de fumaça de seis mil metros de altura
Hiroshima tinha na época cerca de 330 mil habitantes, e era uma das maiores cidades do Japão, o bombardeio matou imediatamente 50 mil pessoas e feriu outras 80 mil. Cerca de 130 mil pessoas, morreram depois, a bomba lançada é até hoje a arma que mais mortes provocou em pouco tempo, 221.893 mortos é o total das vítimas da bomba reconhecidas oficialmente até hoje. A bomba também afetou seriamente a saúde de milhares de sobreviventes. A grande maioria das vítimas era formada pela população civil, a maioria das pessoas eram mulheres e crianças já que grande parte dos homens se encontrava lutando na guerra que nada tinha a ver com a guerra. Milhares de pessoas foram desintegradas e, em função da falta de cadáver, as mortes jamais foram confirmadas. Sabe-se que muitas pessoas sobreviveram por estarem em prédios à prova de terremotos. 
Noventa por cento da cidade foi arrasada pela bomba. Há 8km do epicentro, pessoas morreram, há 10 km, sofreram cegueira temporária e há 12 km, sofreram um grande impacto sendo arremessadas no ar.
Horas depois de explosão, uma chuva negra caiu sobre o céu de Hiroshima. A chuva estava coberta de radioatividade das cinzas da fumaças. Mas, por causa da falta de informação, desespero e da desidratação, os sobreviventes tentavam beber a água que caía.
Quatro dias depois da desgraça em Hiroshima, começou a aparecer uma epidemia na cidade, o sangue das pessoas não coagulavam mais, sem glóbulos brancos ficavam propensos à várias infecções, manchas roxas apareciam nos corpos, tufos de cabelos caíam até a perda total, o último sinal que antecedia a morte era o vômito de um líquido marrom. Era um mal que surgia novo e incurável, a necrose.
Por conseqüência da persistência dos japoneses de permanecerem na guerra, outra bomba foi lançada. No dia 9 de agosto de 1945, a segunda bomba, chamada “Fat Man” constituída de plutônio,  era destinada à cidade de Kokura. Com a péssima visualização e o excesso de nuvens, houve uma mudança na trajetória do avião, a bomba agora iria para Nagasaki, a cidade que possuía melhores condições. 
Ao chegar na cidade, o estado climático também estava ruim, estavam se dirigindo ao local onde a bomba seria lançada, mas pela falta de combustível tiveram de lançá-la imediatamente, errando seu alvo e acertando um vale. Não houve tempestade de fogo, mas causou uma terrível destruição. Foi lançado pelo bombardeiro B-29, chamado “Bockscar”. 
Às 11:02 a "Fat Man" explodiu a 600m de altura para maximizar os danos causados. Edifícios foram destruídos, uma onda de calor incendiário, detritos e radiação varreu o solo a partir do ponto de detonação, causando a maior parte dos óbitos e destruição de 40% da cidade.
Quatro dias depois da bomba de Nagasaki, o Imperador do Japão, escreve uma carta para seu povo pedindo perdão pelo crime cometido, antes de suicidar-se.
NAGASAKI
Depois de anos, com a conscientização de que a bomba havia sido grande parte por um motivo de “testes”, muitas pessoas começaram a revoltarem-se contra os estados Unidos. Eles, então, resolveram ajudar o Japão a se reerguer. Hoje, é uma das maiores potências do mundo, Aí, vem a pergunta que sempre fizeram, e continuarão a fazer: Foi realmente necessário enviar uma bomba atômica nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no ano de 1945, matando até hoje, aproximadamente 220 mil pessoas? Essa desgraça nas cidades, e no mundo todo, que acompanharão para sempre esse fato histórico que matou milhões de inocentes poderia ter sido evitada? E, a pior das realidades, por que continuam se construindo cada vez mais bombas mesmo sabendo todas as existentes hoje seriam capazes de destruir pelo menos três vezes o mundo em que vivemos???

Coronel Paul W. Tibbets, de 31 anos, foi o piloto do avião que lançou a primeira bomba atômica da história sobre a cidade de Hiroshima. O avião modelo B-29 foi batizado de Enola Gay em homenagem à sua mãe.



O
s bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki mataram cerca de 350.000 pessoas e tornou-se o massacre mais terrível de civis da história moderna.


No entanto, durante muitos anos houve uma lacuna curiosa nos registros fotográficos. Embora os nomes de Hiroshima e Nagasaki foram citados em nossas memórias, não havia algumas fotos para acompanhá-los.


Ainda hoje, a imagem em nossa mente é uma mistura de paisagens devastadas e edifícios destruídos. Imagens chocantes das ruínas, mas onde estavam as vítimas?



As forças de ocupação americana impôs uma censura rigorosa sobre o Japão, que proíbe qualquer coisa "que possam, direta ou por inferência, perturbação da tranqüilidade pública" e é usado para proibir todas as imagens das cidades bombardeadas. As fotos permaneceram classificados 'top secret' por muitos anos.



Algumas das imagens foram publicadas depois por diferentes meios, mas não é usual vê-los todos juntos. Este é o horror que eles não querem que a gente vê, e que nunca devemos esquecer:

- OS SINAIS




Todos os relógios encontrados no "ponto zero" estavam parados em 8h15, no momento da explosão.



Dentro de uma certa distância do local da explosão, o calor era tão intenso que praticamente tudo foi vaporizado. As sombras dos parapeitos foram impressas na superfície da estrada da Ponte Yorozuyo, mais de uma milha a sul-sudoeste do hipocentro. Além disso, tudo o que restou de algumas pessoas que estavam sentados em bancos de pedra, perto do centro da explosão, eram seus contornos.



A foto abaixo mostra as etapas de pedra de um Banco onde uma pessoa foi incinerada pelos raios de calor.



Garrafas que estavam a mais de 900 metros da ponto zero foram quase totalmente derretidas ou retorcidas com o calor da explosão.



-O MASSACRE




Em 6 de agosto de 1945, 08:15, a bomba atômica de urânio explodiu a 580 metros acima da cidade de Hiroshima com um clarão ofuscante, criando uma gigantesca bola de fogo à uma temperatura de 4.000 graus centigrados, desencadeando uma onda de choque de alta pressão para todas as direções, a força dos raios de calor e a radiação,vaporizaram dezenas de milhares de pessoas e animais, fundindo prédios e bondes, reduzindo uma cidade de 400 anos à poeira.



Donas de casa e crianças foram incinerados instantaneamente ou paralisados em suas rotinas diárias, os seus órgãos internos fervidos e seus ossos carbonizados em carvão frágil.



Debaixo do centro da explosão, as temperaturas eram suficientemente quente para fundir o concreto com o aço.


Em poucos segundos, 75.000 pessoas foram mortas ou fatalmente feridas, 65% dos mortos tinha a faixa etária de nove anos de idade e mais jovens.



Pois proximo do hipocentro localizavam muitas escolas, e muitas residência.



Mortes por radiação ocorrem em grande número nos dias seguintes. "Aparente a saúde começou a falhar, eles perderam o apetite, seus cabelos caíram, manchas azuladas apareceram em seus corpos. E então começoram sangramentos dos ouvidos, nariz e boca".



Médicos na tentativa de tratamento as queimaduras "deram a seus pacientes injeções de vitamina A. Os resultados foram horríveis. A carne começou a apodrecer, provocado pelo buraco da agulha da injeção. E em alguns caso, a vítima morreu".





Esta fotografia mostra um globo ocular de uma vítima da bomba atômica que tem uma catarata bomba atômica. Há opacidade perto do centro do globo ocular, como se fosse um impresso da ultima imagem vista pelo olho.





-HIBAKUSHA



Hibakusha é o termo usado no Japão, se referindo às vítimas das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Os japoneses traduz a palavra literalmente para "as pessoas afetadas pela explosão"



Eles e seus filhos eram (e ainda são) vítimas de grave discriminação, devido à falta de conhecimento sobre as consequências da doença da radiação, que as pessoas acreditavam ser hereditária ou mesmo contagiante.



Muitos deles foram demitidos de seus empregos, mulheres Hibakusha nunca se casaram, como muitos temiam dar à luz crianças deformadas, Homens eram vítimas de discriminação também. "Ninguém queria se casar com alguém que poderia morrer em poucos anos".




Yamahata, o fotógrafo de Nagasaki




Em 10 de Agosto de 1945, um dia após o bombardeio de Nagasaki Yosuke Yamahata, Começou a fotografar a devastação. A cidade estava morta, ele caminhou por entre as ruínas escuras e os corpos mortos, por horas. No final da tarde, ele havia tomado em suas fotografias, proximas de pronto socorro da estação norte da cidade. Em um único dia, ele completou o único registro fotográfico das extensas devastação do bombardeio atômico de Nagasaki.



"Um vento quente começou a soprar - ele escreveu depois - Aqui e ali, à distância, eu vi muitos pequenos incêndios, como o elfo-fogo, em chamas. Nagasaki tinha sido completamente destruída "



As fotografias do Sr. Yamahata são o registro mais completo do bombardeio atômico, como visto nas horas mais imediato após o bombardeio. O New York Times chamou as fotografias do Sr. Yamahata ", algumas das imagens mais poderosas já feitas".











Sr. Yamahata ficou violentamente doente em 06 de agosto de 1965, seu quadragésimo oitavo aniversário e vigésimo aniversário do bombardeio de Hiroshima. Ele foi diagnosticado com câncer terminal do duodeno, causada provavelmente pelo efeito residual de radiação recebida em Nagasaki em 1945. Ele faleceu em 18 de abril de 1966, e esta enterrado no Tama Cemetery em Tóquio.


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