sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O MASSACRE DO CARANDIRU



A Casa de Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como Carandiru por localizar-se no bairro homônimo da cidade de São Paulo, foi uma penitenciária que se localizava na zona norte de São Paulo. Foi inaugurada na década de 1920 e sua construção é do engenheiro-arquiteto Samuel das Neves.

A denominação de Casa de Detenção foi dada pelo interventor federal Ademar Pereira de Barros que em 5 de dezembro de 1938, pelo decreto estadual 9.789, extinguiu a Cadeia Pública e o Presídio Político da Capital. Este decreto previa separação de réus primários de presos reincidentes e separação dos presos pela natureza do delito.

Já chegou a abrigar mais de oito mil presos, sendo considerado à época o maior presídio da América Latina. Foi desativado e parcialmente demolido em 2002 no governo de Geraldo Alckmin, no local foi construído o Parque da Juventude.
Apesar do desenho dos pavilhões serem muito similares, os mesmos possuíam diferenças em relação à população que os habitava, cada um com suas peculiaridades. Comuns a eles, é interessante citar os corredores chamados de "rua Dez". Por estarem localizados opostos às escadas, a rua Dez era propícia a acerto de contas, brigas mais sérias e
mortes, pois até que os carcereiros lá chegassem, os envolvidos já teriam sido avisados pelos olheiros que ficavam nos corredores de acesso.



Pavilhão 2
Lugar para onde iam os detentos recém chegados à casa de detenção. Primeiramente havia uma passagem por esse pavilhão, para que os mesmos fossem registrados, fotografados, recebessem corte de cabelo característico, calça bege (única cor permitida) e encaminhados para outros pavilhões. Nesse pavilhão os mesmos recebiam a palestra inicial onde eram introduzidos às primeiras regras da detenção.




Pavilhão 4

O mais "desejado" entre os novos presos por não ser tão populoso, e contar com celas individuais. Esse pavilhão, foi criado com a intenção de ser uma área médica, e apesar de nunca tê-lo sido de forma exclusiva, acabou por manter essa característica. No térreo ficavam os presos tuberculosos, no segundo andar, os doentes mentais ou aqueles que fingiam sê-lo e no quinto, a enfermaria.
No térreo desse pavilhão existiu uma ala conhecida como masmorra. Celas apertadas, úmidas e escuras onde ficavam detentos jurados de morte por outros presos e que não podiam ser transferidos para outros pavilhões. Essas celas foram motivo de frequentes polêmicas com a imprensa e organizações humanitárias. Todavia, as mesmas eram uma garantia de vida para esses presos, que preferiam não sair dali, a não ser para outro presídio.


São Paulo, SP - Av. Cruzeiro do Sul (Antiga Penitenciária do Carandiru - Pavilhão #5)

Pavilhão 5

O mais populoso dos pavilhões, também considerado o mais humilde de todos, sendo seus habitantes olhados com certo desdém pelos detentos de outros pavilhões. No primeiro andar, ficavam as celas de castigo. Semelhantes às masmorras, trancafiavam por cerca de trinta dias infratores internos (porte de drogas,armas, desacato etc.). No terceiro andar eram alojados estupradores, justiceiros (matadores "profissionais" de ladrões) e aqueles que foram expulsos de outros pavilhões. O quarto andar, possuía perfil similar ao terceiro, porém com presença de muitos travestis. O quinto andar, foi conhecido como amarelo, e abrigou de forma precária muitos presos jurados de morte. Esses presos, por estarem ameaçados não tinham banho de sol, e ficavam acuados em suas celas. Por isso tinham a aparência amarelada, o que deu o apelido do setor. Devido a todos esses fatores, tal pavilhão foi sempre considerado o mais armado dos pavilhões.

Pavilhão 6
Era onde ficava a cozinha, já há muitos anos desativada. Um antigo cinema (destruído em rebelião) transformado em um grande auditório no segundo andar. Salas de administração no segundo e terceiro. Celas no quarto e quinto, sendo que este último andar ainda possuía uma área destinada a abrigar presos com o mesmo perfil que o amarelo, devido à superpopulação no pavilhão 5.

Pavilhão 7
Foi considerado de todos o mais calmo, chegando a permanecer dois ou três anos sem mortes. Criado com o intuito de ser um pavilhão de trabalho, o sete permaneceu habitado por detentos com ocupações laboriosas, como confecção de bolas, pipas, barcos e outras atividades. Este também era o preferido por aqueles que pretendiam fazer escavações e tentar a fuga, por ser o mais perto das muralhas.

Pavilhão 8
Provavelmente o lugar onde moravam os presos mais respeitados, por serem reincidentes no crime, conheciam muito bem as regras prisionais e sabiam como se comportar neste ambiente. Nem por isso deixava de ser tenso e violento. Junto a este, ficava o campo de futebol que era o maior, dentro da Casa

Pavilhão 9
Ficou famoso fora da Casa de Detenção. Seus habitantes eram réus primários, o que acabava muitas vezes por gerar conflitos, já que os mesmos eram impetuosos e ainda sem a assimilação completa das regras a serem seguidas.


Reconstruindo a História
No dia 2 de outubro de 1992, a rebelião dos presidiários do pavilhão 9, da Casa de Detenção do Carandiru, foi reprimida pela invasão de tropas da Polícia Militar e resultou na maior chacina da história das penitenciárias brasileiras: a morte de 111 detentos.
Na manhã do dia 2 de outubro de 1992 os presidiários jogavam futebol. Durante o jogo entre o time da turma da alimentação e o time dos encarregados da faxina, ocorreu um desentendimento entre dois detentos causado pela disputa de espaço no varal do segundo pavimento do pavilhão 9. “Barba” pendurava sua roupa no varal quando foi provocado verbalmente por “Coelho”. “Barba” acertou um soco em “Coelho” que utilizou um pau, que escorava a corda do varal, atingindo “Barba” na cabeça, que foi socorrido por agentes penitenciários, sendo levado para enfermaria. “Coelho” é agredido por agentes penitenciários e é levado embora. 

O portão que dá acesso ao segundo pavimento foi trancado pelos guardas, fato que causa a reação dos presos, que quebram a fechadura e iniciam o tumulto. Um amigo de “Barba” considera a agressão covarde e desafia um comparsa de “Coelho” para brigar. Um agente penitenciário tenta apartar, mas é ameaçado por outros detentos, que querem que a briga continue. O tumulto cresce. O sentinela PM Leal vê o agente penitenciário no meio do grupo e, mirando o fuzil, ordena que soltem o carcereiro. Um outro agente penitenciário grita para que o alarme seja acionado. O alarme soa. Pelo telefone da guarita, o PM Leal comunica o Batalhão da Guarda alertando que há rebelião no Pavilhão 9. Às 13h50, carcereiros tentam sem sucesso conter as brigas entre os presidiários. Não há possibilidade de fugas dos detentos, não há reféns e tão pouco reivindicações por parte dos presos. Às 14h00, os carcereiros haviam abandonado o local. O pavilhão 9 estava controlado pelos presos para o acerto de contas entre eles. Na gíria carcerária, “a casa virou”.

O Coronel Ubiratan Guimarães, Comandante do Policiamento Metropolitano tomou conhecimento dos acontecimentos na Casa de Detenção por meio do rádio do Comando de Policiamento (Copom), que havia sido avisado pelo Dr. Ismael Pedrosa, Diretor da Casa de Detenção. Dirigiu-se ao local e foi informado sobre a situação, pede auxilio ao Comando do Policiamento de Choque de São Paulo, Tenente Coronel PM Luiz Nakaharada, que envia reforço. O Cel.Ubiratan Guimarães se reúne também com os juizes Ivo de Almeida e Fernando Antônio Torres Garcia para avaliar a situação. Cel Ubiratan Guimarães conversa por telefone com o então Secretário de Segurança Pública, Dr. Pedro Franco Campos, que entra em contato com o Governador do Estado de São Paulo, Luis Antônio Fleury Filho. Às 14h51, avalia-se que a situação é grave e é oficializada a passagem do comando da decisão para a Polícia Militar. Autoridades superiores ao Cel. Ubiratan avaliam a necessidade de uma invasão a Casa de Detenção. Às 15h30, a tropa de choque, sob o comando do Cel. Ubiratan, estaciona do lado de fora da muralha.




De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, apesar do grande tumulto e de sinais de fogo, não havia perigo de fuga. Com a chegada da Polícia Militar, os presos começaram a jogar estiletes e facas para fora, demonstrando que não resistiriam à invasão. Alguns colocam faixas nas janelas, indicando um pedido de trégua.

As autoridades reunidas decidem que, antes da invasão do pavilhão 9, o diretor da Casa de Detenção, com um megafone, iria tentar uma última negociação. Entretanto, soldados do Grupo de Ações Táticas Especiais quebram o cadeado e correntes do portão do pavilhão 9, enquanto o Cel Ubiratan se reúne com os comandantes dos1º, 2º e 3º Batalhões do Choque da Polícia Militar. Não houve negociação alguma. As tropas da Polícia Militar afastaram do caminho o Dr. Pedrosa e invadiram o pavilhão 9 sob o comando e instrução do Cel Ubiratan Guimarães, às 16h30, ação que seguiu até às 18h30. Trezentos e vinte cinco policiais militares ingressaram no pavilhão 9 sem as respectivas insígnias e crachás de identificação.


Depois da tomada do térreo , sem resistência ou reação com armas de fogo por parte dos presos, segundo o depoimento dos próprios policiais envolvidos na ação, exceto o depoimento do Cel. Ubiratan, os policiais partiram para os andares superiores. Não foi permitida a presença de autoridades civis durante a invasão. A maioria dos presos refugiou-se nas suas celas, onde muitos deles foram mortos.

Os PMs dispararam contra os presos com metralhadoras, fuzis e pistolas automáticas, visando principalmente a cabeça e o tórax. Na operação também foram usados cachorros para atacar os detentos feridos. Ao final do confronto foram encontrados 111 detentos mortos: 103 vítimas de disparos (515 tiros ao todo) e 8 morreram devido a ferimentos promovidos por objetos cortantes. Não houve policiais mortos. Houve ainda 153 feridos, sendo 130 detentos e 23 policiais militares.



O Cenário Político

Ao situarmos o contexto histórico e político em que ocorreu o Massacre do Carandiru ficam evidentes os diversos paradoxos e as ações continuadas que interferiram, seja na produção de provas para o processo jurídico, seja na formação da opinião pública.

Á época os acontecimentos nacionais sugeriam a expansão política e a consolidação dos direitos políticos e instituições democráticas. Os meses de agosto e setembro tinham sido marcados por debates públicos e mobilizações populares sobre a “ética na política” .

A invasão da Casa de Detenção ocorreu na véspera das eleições municipais. A prefeita da cidade de São Paulo na época era Luiza Erundina, do Partido dos Trabalhadores. Já era previsível que a oposição liderada por Paulo Maluf venceria as eleições. Mais uma vez a tendência política se inclinava para as forças sociais politicamente conservadoras.

O governador do Estado de São Paulo era Luiz Antônio Fleury Filho, do PMDB, ex-secretário de Segurança do governador Orestes Quércia. O governador Fleury não havia adotado uma política de segurança pública que viesse a coibir a violência policial ilegal. Essa tendência é verificada pelos números de civis mortos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, ascendentes de 1990 a 1992. Em 1990, foram 585 civis mortos pela PM-SP. Em 1991, foram 1140. Em 1992, 1359.












































A conjuntura eleitoral na qual ocorreu a invasão da Casa de Detenção provavelmente motivou o retardamento na divulgação das informações, e no encobrimento das reais dimensões dos fatos ocorridos. O governador Fleury, e o Secretário de Segurança Pública Pedro Franco Campos, somente concederam informações completas sobre o número de mortos 24 horas depois do evento, no dia 3 de outubro, por volta das 17 horas, quase no final da votação. Dessa maneira, o conflito na Casa de Detenção que ocorreu antes das urnas fecharem não pode afetar a disputa eleitoral municipal, nem prejudicar o desempenho do candidato do PMDB, Aloysio Nunes Ferreira Filho.
O Caso do Carandiru foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação, obteve a atenção e o acompanhamento diário por parte da imprensa. Várias pesquisas de opinião pública foram realizadas para conhecer a posição da sociedade em relação ao massacre. O Datafolha realizou 1079 entrevistas com habitantes da cidade de São Paulo, 98% dos entrevistados sabiam do acontecimento. É importante frisar que a concordância com o massacre do Carandiru foi sempre uma opinião minoritária entre os paulistanos. Entre os entrevistados, 53% discordava da ação da PM, 18% estavam indecisos e 29% concordavam com a ação.A pesquisa foi feita quando não se sabia ao certo quais eram os fatos, devido à censura do governo e do encobrimento e sonegação de informações da PM de São Paulo. Confrontava-se duas versões opostas sobre os acontecimentos.

Uma considerava o ocorrido uma chacina desnecessária, fruto de uma ação policial arbitrária e criminosa e a outra versão sustentava o episódio como resultado de um confronto entre os policiais e os detentos. Ainda nesta questão 53% dos entrevistados não concordaram com a ação da PM e 52% não acreditavam na versão do confronto, os que acreditam nesta versão representaram 39%.

O Perfil dos Presos Mortos


Um levantamento das vítimas mostrou que 80% ainda esperavam por uma sentença definitiva da Justiça, ou seja ainda não haviam sido condenados. Só 9 presos tinham recebido penas acima de 20 anos.

Quase a metade dos mortos – 51 presos – tinha menos de 25 anos e 35 presos tinha entre 29 e 30 anos. No dia 2 de outubro de 92, 66% dos detentos recolhidos na Casa de Detenção eram condenados por assalto. Os casos de homicídios representavam 8%.



A Cena do Crime



Imediatamente após o massacre, os policiais militares modificaram a “cena do crime”, destruindo provas valiosas que teriam possibilitado a atribuição de responsabilidade pelas mortes a indivíduos específicos. O acesso de civis aos andares superior do Pavilhão 9 ficou impedido, enquanto a PM dava ordens aos detentos para que removessem os corpos dos corredores e celas a fim de empilhá-los no 1° andar. As atividades da perícia foram dificultadas pela quantidade de cadáveres, e pela faxina feita no presídio pelos policiais militares e a remoção ilegal dos corpos ordenada pelos oficiais.

A perícia policial chegou ao local às 21h30 do dia 2 de outubro e procedeu ao exame técnico do térreo e do 1° andar, tendo observado indícios de fogo e uma barricada no andar térreo. No 1° andar, encontrou de 80 a 85 corpos empilhados no corredor. Os corpos não foram fotografados individualmente. A perícia só voltou ao local do crime uma semana depois.

A perícia concluiu que só 26 detentos foram mortos fora de suas celas. Os presos mortos foram atingidos na parte superior do corpo, nas regiões letais como cabeça e coração. Os exames de balística informam que os alvos sugerem a intenção premeditada de matar. Um detento tinha 15 perfurações de disparos de arma de fogo no corpo. No total entre os 103 mortos, a cabeça foi alvo de 126 balas, o pescoço alvo de 31, e as nádegas levaram 17 balas. Os troncos tiveram 223 tiros. Os laudos periciais concluíram que vários detentos mortos estavam ajoelhados, ou mesmo deitados, quando foram atingidos. Diante de tamanha violência, muitos detentos se jogaram sobre os corpos que estavam no chão, fingindo-se de mortos para conseguir sobreviver.


























A Polícia Militar afirmou que os detentos tinham armas e apresentou dezenas de armas brancas e 13 armas de fogo. O informe balístico informa que “todas as armas apresentam em suas superfícies sinais de oxidação normalmente encontrados em condições de armazenagem em ambientes inadequados”. Essas informações levam a creditar que as armas foram “plantadas”. A tese de que houve confronto armado entre policias militares e detentos não é sustentada pelas provas dos autos do processo. A legitima defesa alegada pela cúpula da Polícia Militar não tem fundamento nos fatos. O laudo do Instituto de Criminalística concluiu: “Em todas as celas examinadas, as trajetórias dos projéteis disparados indicavam atirador(es) posicionado(s) na soleira das celas, apontando sua arma para os fundos ou laterais (...) Não se observou quaisquer vestígios que pudessem denotar disparos de armas de fogo realizados de dentro para fora das celas, indicando confronto entre as vítimas-alvo e os atiradores postados na parte anterior da cela”.
 O relatório de criminalística termina com a afirmação de que não fora possível elaborar conclusões mais profundas porque “(...) o local dava nítidas demonstrações de que fora violado, tornando-o inidôneo para a perícia”.


Os Principais Envolvidos no Massacre
Ficheiro:Luís Antônio Fleury Filho.jpg

Ex-Governador Luiz Antônio Fleury Filho 
 Não foi responsabilizado em nenhuma investigação oficial. Alegou ter sido informado do Massacre às 18h do dia 2 de outubro de 1992. Só divulgou o número de mortos no dia seguinte, minutos antes do encerramento das eleições municipais. É Professor e promotor.


Pedro de Campos: Secretário de Segurança Pública na época do massacre



Pedro Franco de Campos 
 Então Secretário da Segurança Pública foi exonerado após o massacre. Autorizou a invasão do pavilhão 9 pela PM e fez a ponte com o governador Fleury. Não foi acusado em nenhum processo. É Procurador de Justiça.



José Ismael Pedrosa 
 Era diretor da Casa de Detenção e foi afastado do cargo, após a invasão da PM. Transferido para Taubaté, interior do Estado, dirigiu a Casa de Custódia de Taubaté.

No dia 23 de outubro de 2005 foi assassinado . Pedrosa, que voltava de um churrasco com amigos quando foi cercado e metralhado com 11 tiros na cabeça na rua 15 de novembro, região central de Taubaté. Até o momento, segundo investigação policial, seis pessoas foram detidas sendo que três comprovadamente participaram da execução de Pedrosa. Um crime que aconteceu no mesmo dia em que o país aprovou o comércio de armas e munição.



Coronel Ubiratan Guimarães 
Então Comandante de Policiamento 
Metropolitano da PM, chefiou a invasão. Foi para a reserva após o massacre. Em 1997 toma posse como deputado estadual, mas não se reelege no ano seguinte. Em 12 de setembro de 2006 foi encontrado morto em seu apartamento por um tiro  de calibre 38 
O Coronel Ubiratan sempre esteve ligado ao número 111, mas sempre garantiu que o número nada tinha a ver com os 111 mortos do Massacre do Carandiru como ainda se acredita. O coronel defendia que 111 era o número do cavalo que montava nos seus tempos de Regimento de Cavalaria. Nas Eleições 2006, seu número era 14 111, por conta disso, o partido pretende "conservá-lo" como homenagem ao coronel. Coincidentemente, Ubiratan foi sepultado no nº 111 da Rua Luís Nunes, na zona norte da capital paulista.



Coronel Antônio Chiari 
 Então Tenente-Coronel, era Comandante da ROTA, tropa que matou 79,2% das 111 vítimas. É acusado por lesão corporal grave na Justiça comum. Em 1994, foi promovido a coronel por merecimento.



Major Wanderley Mascarenhas 
 Como Capitão, chefiou a equipe do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais). Foi promovido a major por tempo de serviço.


Tenente-Coronel Luis Nakaharada 
 Comandou a “Operação Cino”, na qual cães da PM fizeram varredura nas celas. É acusado individualmente da morte de cinco presos que se encontravam dentro de uma cela.

Major Valter Alves Mendonça 
 Como Capitão, comandou a invasão do segundo andar do Pavilhão 9, onde sua tropa teria matado 73 pessoas.

Capitão Ariovaldo Salgado 
 À época no COE (Comando de Operações Especiais), comandou a invasão do 3° andar do Pavilhão 9.

Capitão Ronaldo Ribeiro dos Santos 
 Então na ROTA, comandou a invasão do 1° andar do Pavilhão 9, onde morreram 15 presos.

Wilton Brandão Parreira Filho 
Então Comandante do Policiamento de Choque, participou da operação de rescaldo. É acusado de crime de lesão grave. Hoje está na reserva.




IMPLOSÃO DA CASA DE DETENÇÃO CARANDIRU
Implosão do Carandiru

Em 2002, iniciou-se o processo de desativação do Carandiru, com a transferência de presos para outras unidades. Hoje o presídio já se encontra totalmente desativado, com alguns de seus prédios já demolidos e outros que foram mantidos, para serem posteriormente reaproveitados.

O governo do estado de São Paulo está construindo um grande parque no local, o Parque da Juventude, além de instituições educacionais e de cultura.








         
O PARQUE DA JUVENTUDE
Ficheiro:Eteparquedajuventude.jpg

O Parque da Juventude é um complexo cultural, recreativo e esportivo localizado na Zona Norte do município deSão Paulo. Em 2007,a terceira e última fase foi concluída. Sua construção se deu no local onde estava implantado o antigo Complexo Penitenciário do Carandiru, local historicamente marcado por violação aos direitos humanos, degradação urbana e violência.
O Parque é composto de três grandes espaços (cada um deles correspondendo a uma das três fases de implantação): o primeiro, a Área Esportiva, é de caráter recreativo-esportivo, com quadras poliesportivas, espaços para prática de skate e patins, pistas de cooper, entre outros.

O segundo, denominado Área Central, é de caráter recreativo-contemplativo, com trilhas, caminhos ajardinados, passarelas, entre outros elementos que remetem mais à idéia tradicional do "parque". Finalmente, o terceiro, a Área Institucional, é de caráter cultural, onde estão localizadas as Etecs (Escolas Técnicas), que oferecem cursos regulares de enfermagem, informática, música, canto, entre outros. Aí também se encontra a Biblioteca de São Paulo, de responsabilidade da Secretaria da Cultura.
Projeto arquitetônicoA construção de um parque cultural no local do Carandiru foi considerado um ato simbólico por parte do Governo do Estado no sentido de livrar o local do estigma de violência. Durante a apresentação da proposta do projeto, no entanto, houve diversas críticas de especialistas em planejamento urbano e em políticas públicas no tocante ao papel que o parque terá no processo de especulação imobiliária da região.

Durante o período de desativação do Carandiru, o Governo do Estado promoveu um concurso público para escolha doprojeto arquitetônico para o Centro Cultural e o parque. O grupo vencedor foi o escritório do arquiteto Gian Carlo Gasperini, o qual responsabilizou o escritório da arquiteta-paisagista Rosa Grena Kliass com o desenvolvimento da proposta paisagística para todo o local. Do projeto de Kliass, surgiu a idéia de dividir o projeto em três fases de implantação, cada uma caracterizada por um perfil distinto. A construção ficou por conta da empresa de engenharia e incorporação Kallas.

O que era considerado um barril de pólvora abrigando cerca de sete mil detentos, virou um parque público denominado Parque da Juventude, conforme foto acima tirada do local. 


  • Carandiru: Dois lados de um só lugar


SÃO VIDEOS QUE SE ENCONTRA DISPONÍVEL NO YOU TUBE,
DE UM LADO UM JOCEMIR UM EX -DETENTO QUE ESCREVEU  UM LIVRO CHAMADO DIÁRIO DE UM DETENTO QUE FOI   ,DO OUTRO JAIR,  EX-CARCEREIRO,CADA UM COM SUA VERSÃO SOBRE A CASA DE DETENÇÃO CARANDIRU.

 PARTE 4( NÃO DISPONIVEL)


O LIVRO ESTAÇÃO CARANDIRU DE DRAUZÍO VARELLA:

 ESTE SITE ( ARCA LITERÁRIA )TEM O LIVRO DIGITALIZADO PARA  DOWNLOAD.
VALE A PENA LER  ,UM DOS MELHORES LIVROS QUE TENHO ,TODOS OS DETALHES CONTADO POR DRAUZÍO VARELLA ,QUE CONHECEU BEM DE PERTO O DIA A DIA DOS DETENTOS .
OBTENHA O LIVRO ORIGINAL CONTÉM VÁRIAS FOTOS ,DAS CELAS ,OS PAVILHÕES ,E VÁRIAS OUTRAS CURIOSIDADES.
BOA LEITURA!



CHEGADA DA TROPA DE CHOQUE  

PRESOS REVOLTADOS COM A AÇÃO DOS POLICIAS


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