domingo, 14 de agosto de 2011

O simbolismo da Caveira Mexicana




Días de los Muertos:
No México, o Dia dos Mortos é uma celebração de origem indígena, que honra os defuntos no dia 2 de novembro. Começa no dia 1 de novembro e coincide com as tradições católicas do Dia de Finados e o Dia de Todos os Santos. Além do México, também é celebrada em outros países da América Central e em algumas regiões dos Estados Unidos, onde a população mexicana é grande. A UNESCO declarou-a como Patrimônio da Humanidade.


As origens da celebração no México são anteriores à chegada dos espanhóis. Há relatos que os astecas, maias, purépechas, náuatles e totonacas praticavam este culto. Os rituais que celebram a vida dos ancestrais se realizavam nestas civilizações pelo menos há três mil anos. Na era pré-hispânica era comum a prática de conservar os crânios como troféus, e mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento.






O festival que se tornou o Dia dos Mortos era comemorado no nono mês do calendário solar asteca, por volta do início de agosto, e era celebrado por um mês completo. As festividades eram presididas pela deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a “Dama da Morte” (do espanhol: Dama de la Muerte) - atualmente relacionada à La Catrina, personagem de José Guadalupe Posada - e esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos. As festividades eram dedicadas às crianças e aos parentes falecidos.





É uma das festas mexicanas mais animadas, pois, segundo dizem, os mortos vêm visitar seus parentes. Ela é festejada com comida, bolos, festa, música e doces, os preferidos das crianças são as caveirinhas de açúcar. Tais culturas adaptaram ao cristianismo espanhol seus ritos e sua maneira de se relacionar com os mortos e com a morte (vista como origem e destino, lugar de descanso e de reencontros). E é essa relação de respeito, de alegria, de fascinação e de intimidade que povoa e comporta a celebração do Dia dos Mortos.







A própria noção de família e dos vínculos que ela anuncia e pressupõe é ampliada e revista. Todos participam dos festejos e com isso alimentam o ciclo infindo contido no ato da memória, porque todos, cedo ou tarde, estarão permutando os lugares e ocupando novas posições nesse vertiginoso e cálido jogo de vida e morte. Os mortos são raiz, seiva, terra e cosmos. A relação com eles é um ato de memória, uma memória coletiva. Por isso, uma frase que escutamos muito freqüentemente nesses dias é: não se deve deixar morrer os nossos mortos, pois cada um é a somatória de seus mortos, que só existem se são lembrados pelos vivos.


As oferendas deixadas aos mortos, carregadas de simbolismo e de identidade, são uma forma concreta e solidária de compartilhar com os defuntos os bons frutos obtidos durante o ano em que o morto esteve ausente. Ofertar é estar próximo ao morto, é dialogar e se reconciliar com a memória de todos. É um reencontro em que o passado e o presente se unem, se buscam e se completam para, de uma forma mítica, gerar e garantir a existência do futuro.


Esse ato de memória está construído não apenas para os mortos, mas também entre os vivos. Parentes distantes encontram nessas celebrações motivos e respaldo para reunirem-se; juntos esperam o regresso de seus mortos. Famílias separadas pela distância voltam a se encontrar e se agrupam em volta de seus mortos. Diante da vida que separa, está a morte que unifica.


Nomes e pseudônimos da morte no México :

• A Ladra
• A Amada Imóvel
• A Pestilenta
• A Bem Amada
• A Branca
• A Careca
• A Caveira
• A Certeira
• A Chorona
• A Comadre
• A Dama da Foice
• A Dama do Véu
• A Descarnada 
• Dona Ossos
• A Enlutada
• A Espirituosa
• A Hora da Verdade
• A Igualadora
• A Magra
• A Noiva Fiel
• A Pálida
• A Parca
• A Patroa
• A Tia das Moças
• A Trombada
• A Desdentada 


Ditos e refrões mexicanos sobre a morte 

– Ao morto a sepultura e ao vivo a travessura.
– O morto ao poço e o vivo ao gozo.
– Adiante, que para morrer nascemos.
– Ao vivo, tudo lhe falta; ao morto, tudo lhe sobra.
– Vamos ver um velório e divertir-nos com um fandango.
– Ao diabo a morte, enquanto a vida nos dure.
– Daqui a cem anos, todos seremos caveiras.
– O morto e a vista aos três dias começam a feder.
– Há mortos que não fazem barulho e a esses é maior o seu penar.
– Foges da mortalha e te abraça o defunto.
– Os desgostos não matam, mas ajudam a morrer.
– Mulheres juntas, só defuntas.
– De gulosos e bêbados estão os cemitérios cheios.
– Se me vão matar amanhã, que me matem de uma vez.












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