segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Minha coleção de insetos e Dicas de coleta e conservação


 Como coletar?

A coleta dos animais deve ser feita com auxílio de uma rede, que é para insetos grandes e ativos, e de um aspirador, que é especialmente útil para captura de insetos pequenos. Una rede simples pode ser montada como mostra o esquema.
Figura 19a - Você precisa arranjar um cabide de arame, um cabo de vassoura, um pedaço de filó e uma tira de pano.Figura 19b - O cabide funcionará como armação para a rede, sendo este fixado ao cabo de vassoura com auxílio de fita isolante ou arame.
ASPIRADOR: 
É empregado na captura de insetos pequenos e delicados, como formigas, moscas brancas, pulgões, vespinhas etc. Existem muitos tipos de aspiradores, alguns sendo até bastante sofisticados. Um dos mais simples consiste de um recipiente cilíndrico de vidro ou plástico cuja tampa, de borracha ou cortiça, é vazada por dois tubos flexíveis; por um deles, de extremidade protegida por uma pequena tela, o coletor aspira com a boca, e pelo outro os insetos são admitidos ao interior do frasco de coleta.

FRASCO CAÇA-MOSCAS:
Consiste de uma garrafa de tamanho médio com tampa rosqueável; ao redor da garrafa são feitos furos cuja entrada é em forma de funil, com tamanho suficiente para a entrada de moscas das frutas (família Tephritidae). No fundo da garrafa coloca-se suco de frutas ou proteína hidrolisada de milho. A fermentação da isca atrai as moscas, que conseguem entrar mas não sair da garrafa. Essa técnica é usada como forma de controle de moscas-das-frutas em pomares.




Como utilizar a rede:

Uma amostra dos insetos observados nas flores pode ser coletada e mantida em caixas especiais para os insetos formando um insetário. Este insetário irá ajuda-lo pois ficará como referência para suas outras atividades de campo. Métodos de coleta, montagem, etiquetagem e acondicionamento são dados a seguir.

Figura 20a - Passar a rede "varrendo" a área cima das floresFigura 20b - Dobrar a rede sobre si mesma mantendo o inseto no 


Figura 20a - Passar a rede "varrendo" a área cima das floresFigura 20b - Dobrar a rede sobre si mesma mantendo o inseto no fundoFigura 20c - Apanhar o inseto da rede com o frasco mortífero, tomando cuidade para não danificar ou quebrar o animal.

Matança de Insetos

É desejável que os insetos capturados sejam mortos o mais rápido possível, evitando que se debatam na rede ou armadilha, e acabem por danificar apêndices como antenas, pernas, asas e outras partes do corpo. Existem muitas técnicas que podem ser empregadas para se matar os insetos capturados. Podemos citar:
ÁLCOOL 70%. Os insetos são simplesmente colocados no álcool 70%, aí permanecendo. Entretanto, nem todos os insetos podem ser mortos através desse método, que deve ser usado exclusivamente para insetos pequenos, de corpo mole ou delicado. As seguintes ordens de insetos devem ser mortas através de álcool 70%:
  • Microcoryphia (Archaeognatha) (traças saltadeiras) 
  • Thysanura (traças dos livros) 
  • Mecoptera (panorpatos) 
  • Ephemeroptera (efêmeras) 
  • Phasmatodea (bichos-pau, exemplares menores) 
  • Isoptera (cupins) 
  • Orthoptera (apenas os espécimes bem pequenos de grilos ou gafanhotos) 
  • Plecoptera (perlários ou perlópteros) 
  • Dermaptera (tesourinhas) 
  • Embioptera (oligoneuros ou néticos) 
  • Psocoptera (piolhos dos livros) 
  • Zoraptera (zorápteros) 
  • Thysanoptera (tripes) 
  • Strepsiptera (estrepsípteros ou ripípteros) 
  • Trichoptera (friganidos) 
  • Hymenoptera (apenas as formigas pequenas) 
  • Hemiptera, subordem Homoptera (apenas pulgões, cochonilhas e moscas brancas) 
  • Phthyraptera (piolhos hematófagos e piolhos detritívoros) 
  • Siphonaptera (pulgas)
O álcool 70% ou 70°GL pode ser facilmente preparado a partir do álcool 96°GL (álcool de uso farmacêutico), ou do álcool 92,8°GL (álcool de uso doméstico) encontrado em qualquer supermercado.
70ml de álcool 96°GL + 26ml de água = 96ml de álcool 70°GL



75ml de álcool 92,8°GL + 25ml de água = 100ml de álcool 70°GL
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GASES TÓXICOS. Deve-se construir um frasco de veneno para tal fim. Sua construção é simples: em um vidro (um frasco de maionese de 500g, vazio e com tampa, servirá muito bem) coloca-se uma camada de gesso de uns 2 ou 3 cm; o gesso deve secar por completo, o que ocorre em uns 2 dias. Acrescenta-se então um pouco de veneno, suficiente para umedecer (não encharcar) o gesso. As seguintes substâncias podem ser usadas como veneno:
  • Éter etílico ou sulfúrico - era relativamente fácil de adquirir; como o éter é um ingrediente usado no refino e preparo de drogas ilegais como a cocaína e os lança-perfumes, sua aquisição tem-se tornado bastante difícil ultimamente; é muito volátil.
  • Acetato de etila - pouco menos volátil que o éter, e de fácil aquisição (removedor de esmalte de unhas, sem acetona).
  • Tetracloreto de carbono (altamente tóxico e cancerígeno; desaconselhamos seu uso).
  • Clorofórmio (muito tóxico e de custo elevado; era usado em procedimentos de anestesia).
  • Cianeto (de cálcio, potássio ou sódio) - o cianeto é extremamente tóxico e apresenta-se na forma de pó ou grânulos finos; nesse caso, o cianeto é colocado no frasco antes de se colocar o gesso. O cianeto de potássio ou o cianeto de sódio têm maior durabilidade (1 ano) como agentes mortíferos no frasco do que o cianeto de cálcio (1 mês).
Deve-se tomar o cuidado de identificar cuidadosamente o frasco com uma etiqueta onde se leia "VENENO". Uma idéia bastante conveniente é envolver o vidro todo com fita adesiva forte (duct tape), pois se o mesmo quebrar-se, os cacos não serão esparramados e sua eliminação tornar-se-á mais fácil.
Os insetos são colocados dentro do frasco mortífero sobre uma folha de papel toalha ou outro papel absorvente. O frasco deve ser fechado e os insetos devem aí permanecer somente até que morram. A montagem deve ser feita tão rapidamente quanto possível após a morte dos exemplares, para que não endureçam. As seguintes ordens de insetos devem ser mortas com gases tóxicos:
  • Diptera (moscas, mutucas etc.)
  • Odonata (libélulas)
  • Neuroptera (formigas-leão, crisopas)
  • Megaloptera (formigas-leão, sialóideos)
  • Coleoptera (besouros)
  • Hemiptera (percevejos, cigarras, cigarrinhas etc.)
  • Hymenoptera (abelhas, vespas, mamangavas, formigas grandes etc.)
  • Lepidoptera (borboletas e mariposas)
  • Orthoptera (gafanhotos, esperanças, grilos, taquarinhas e paquinhas)
  • Phasmatodea (bichos-pau, exemplares maiores)
  • Mantodea (louva-a-deuses, benditos, põe-mesas)
  • Blattodea (baratas)
Uma alternativa aos gases tóxicos consiste em colocar-se o exemplar num saco plástico (Zip Loc) bem fechado e com o mínimo de ar, dentro de um freezer (-18ºC), por tempo suficiente para que morra. Não se esqueça de identificar o inseto dentro do saquinho com local e data de coleta, e o nome do coletor. Alguns insetos, como certas vespinhas, possuem uma grande quantidade de glicerol no corpo, que age como um anti-congelante, e assim esse método não funciona para matar certos insetos mesmo após dezenas de horas de congelamento.
Larvas de insetos podem ser mortas com água quente e depois fixadas para não sofrerem melanização (escurecimento). Um fixador bastante usado é o KAAD. Imediatamente após a morte, as larvas são colocadas no KAAD por 12 a 24 horas e então transferidas para álcool 70%. O KAAD compõe-se de:
Querosene ................1 parte
Álcool 96º GL ............7-9 partes
Ácido Acético Glacial ....1 parte
Dioxana ..................1 parte
Como a dioxana é muito tóxica, pode ser substituída por detergente incolor.

Como espetar?

Os insetos podem ser montados de diferentes maneiras. Uma vez prontos, eles podem ser guardados por muito tempo. O mais comum é espetarmos os insetos com alfinetes especiais, chamados de entomológicos, que são numerados segundo sua espessura (000, 00, 0, 1, 2, 3). Os animais devem ser espetados em uma altura uni forme no alfinete e para isto deve-se usar um bloco de alfinetar. O alfinete é colocado verticalmente através do corpo, no tórax. Muitas vezes não é possível montar os insetos assim que chegamos da coleta; os animais acabam secando e para serem montados deverão ser "amolecidos" em uma câmara úmida (vidro bem fechado contendo um chumaço de algodão umedecido).

Figura 24a - Bloco de madeira com três orifícios de diferentes profundidades, que serve para uniformizar a altura dos insetos e das etiquetas no alfinete.Figura 24b - Apoiar o inseto no orifício 1.



Figura 24c - Espetar o inseto com o alfinete, através do tórax.

Figura 25 - Ajeitar as patas do inseto com auxílio de outros alfinetes, no bloco de isopor. Deixar Figura 26 - Os animais muito pequenos para serem espetados podem ser colados, com uma gotinha de cola no ápice de pequenbloquinhos de cortiça ou isopor.
Como montar?




Os insetos que você coletou devem ser montados tão rapidamente quanto possível, para evitar que seus apêndices e outras partes do corpo endureçam na posição errada. Se o exemplar ressecar e endurecer, use uma câmara úmida para amolecê-lo. A câmara úmida é feita com um vidro de ± 5 litros de capacidade, com boca larga (vidros vazios de picles são perfeitos); no fundo do vidro coloca-se uma camada de areia (± 3cm) misturada com bolinhas de naftalina trituradas (para prevenir mofo). A areia é umedecida e os insetos secos são colocados no vidro sobre uma folha de papel toalha; o vidro deve ser bem fechado; os insetos amolecem em cerca de dois dias, por causa da umidade.
A montagem é feita com alfinetes entomológicos, que variam em espessura de 000 até 10; o comprimento é em geral de 37 a 38 mm. Os mais usados são os de números 0 e 1. Esses alfinetes são importados e vendidos em lotes de 100 ou 1000. Algumas marcas tradicionais são: "Elefant" (austríacos), "Morpho" (tchecos), "Karlsbader" (alemães) e "Asta" (ingleses). Existe um fornecedor nacional: Alfinetes "Papillon". Saiba que os alfinetes comuns de costura enferrujam prontamente. Portanto, use somente alfinetes entomológicos.
Aqui estão algumas regrinhas gerais que você deve observar ao montar seus insetos:
  • O inseto deve ser espetado em posição rigorosamente perpendicular ao alfinete.
  • Os apêndices como antenas e pernas devem ficar em posição simétrica.
  • As antenas, quando longas, devem ser voltadas para trás e circundar o inseto.
  • As pernas, principalmente P3 em gafanhotos e esperanças, devem ficar distendidas e baixas, juntas do corpo.
  • As margens anais das asas anteriores de borboletas e mariposas devem fazer um ângulo de 90° com o eixo longitudinal do corpo.
  • As margens costais das asas posteriores de borboletas e mariposas devem fazer um ângulo de 90° com o eixo longitudinal do corpo.
  • As asas de um dos lados de gafanhotos, esperanças, grilos, louva-deuses e baratas podem ser montadas abertas.
  • Os apêndices são mantidos no lugar durante a fase de secagem do exemplar através de alfinetes-guia, que JAMAIS deverão transpassar quaisquer estruturas do inseto.
Os insetos são alfinetados em certos locais, dependendo da ordem a que pertencem:
Coleptera: no élitro direito perto da base.
Hemiptera (Heteroptera): no escutelo.
Mantodea: no metatórax.
Dermaptera: no meio do élitro direito
. Demais ordens: no mesotórax.




O bloco de montagem (veja figura abaixo) é usado para se obter altura uniforme dos exemplares e das etiquetas no alfinete.

Para as borboletas devemos usar as tábuas de distensão de modo que o inseto seja preparado para ser espetado, com as asas distendidas e apoiadas.


Figura 27a - Distenda a borboleta na tábua, usando tiras de papel e alfinetes para ajeitar as asas.Figura 27b - Com auxílio de alfinetes, oriente as antenas e patas. Deixe secar bem e o inseto estará pronto para ser espetado
Como etiquetar?

A colocação de etiqueta é importante; dados sobre a data, o local de coleta, o nome do coletor, bem como informações sobre o habitat ou a planta onde o inseto foi coletado, são indispensáveis. Para isto são necessárias etiquetas. Assim como os insetos, elas deverão estar à uma mesma altura no alfinete. Para fazer etiquetas basta recortar retângulos de 0,6 x 1,8 cm, de papel branco e duro. Os dados nas etiquetas são escritos com tinta permanente (tipo nanquim).

Figura 28a - Preencher a primeira etiqueta colocando dados sobre a data, local onde foi feita a coleta e o nome do coletor.Figura 28b - Colocar a etiqueta sobre o orifício 1 (mais largo) e espetar.
Figura 29a - Na segunda etiqueta deverão constar dados como nome científico e vulgar do inseto e o nome da pessoa que o identificou.Figura 29b - Esta etiqueta deverá ser espetada no orifício 3 (mais curto) do bloco.

Montagem da caixa (insetário)


Os insetos podem ser guardados, formando uma pequena coleção, em caixas com tampa. 0 fundo pode ser recoberto com isopor, cortiça ou material plástico que permitem a fixação dos alfinetes.


Os insetos podem ser dispostos segundo a ordem a que pertencem ou agrupados de acordo com a planta onde foram coletados. Flocos de naftalina devem ser colocados em pequenas caixas furadas, em um dos cantos da gaveta, para impedir o crescimento de fungos ou de pequenos insetos, que se alimentam dos animais espetados.
Uma vez pronta a caixa, esta deverá ser mantida em armários escuros, arejados e secos. Deste modo você terá uma coleção que poderá ser mantida por muito tempo. As caixas devem ser bem vedadas, para evitar surpresas .

Se os insetos mofarem, podem ser limpos com um pincel molhado no éter ou numa mistura de éter + xilol. Insetos engordurados podem ser limpos imergindo-se os mesmos em éter por 1 a 2 dias.

Conservação de Insetos

Os insetos que são mortos com álcool a 70% devem ser conservados dentro do próprio frasco com álcool. Em coleções desse tipo, é preciso verificar o nível do álcool periodicamente para evitar que o material se estrague. Os insetos mortos a seco (com gases tóxicos) são guardados em caixas de madeira com tampa de vidro, ou em gavetas entomológicas construídas especialmente para esse fim. As caixas ou gavetas têm fundo de isopor para fixar os alfinetes. Para evitar bolor e ataque de outros insetos usa-se pastilhas de paraformol ou bolinhas de naftalina; a naftalina ataca o isopor se ficar em contato direto com ele; por isso deve ser colocada dentro de uma caixinha de papelão (o fundo de uma caixinha de fósforo é um protetor perfeito).






Classe  Insecta


Tem uma teoria que diz que os primeiros insetos viveram há mais de 300 milhões de anos. Estes seres praticamente habitam o mundo todo, desde os desertos, passando por florestas até lugares onde exista neve. Estão presentes em todos os ambientes.

São animais invertebrados e possuem uma proteção chamada exoesqueleto. Possuem seis pernas. Atualmente existem mais de 1 milhão de espécies catalogadas e outras mais a serem classificadas. Os insetos são os responsáveis pela polinização de mais de 70% de todas as plantas fanerógamas da terra, ou seja, plantas que possuem flores. Muitos estão diretamente relacionados com a transmissão de doenças para os seres humanos, como a malária, a doença de Chagas, a dengue, a febre amarela e outras. A produtividade agrícola e a estocagem dos alimentos sofrem grandes perdas pela ação destruidora de muitas espécies de insetos que devoram lavouras inteiras, como os gafanhotos, ou transmitem doenças para as plantações.

Organização Estrutural

O corpo é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome. Nessas duas últimas partes, pode-se notar uma segmentação mais evidente. Na cabeça, encontram-se um par de antenas e um par de olhos não-pedunculados, ou seja, diretamente colocados junto à superfície. Esses olhos são compostos, e formam uma imagem "em mosaico". Cada unidade visual chama-se omatídeo.


 
Junto à boca, estão as peças ou aparelhos bucais, equipamentos especializados nos diversos tipos de alimentação dos insetos. Há aparelhos bucais trituradores, sugadores, mastigadores, picadores, lambedores, etc.


Antenas 
Todos os insetos adultos possuem, daí serem denominados de díceros. São apêndice moveis que podem funcionar como órgão olfativo, auditivos, gustativos e tácteis. Uma antena típica é formada por artículos ou antenômeros e apresenta 3 regiões distintas: escapo, pedicelo e flagelo.
É possível o reconhecimento dos sexos de alguns insetos através das antenas, visto que elas se apresentam diferentes nos machos e nas fêmeas. Para isso devem ser considerados:
Tamanho - As antenas dos machos geralmente são mais desenvolvidas

Tipo - Há casos que o machos e as fêmeas possuem antenas de tipo diferentes. Por exemplo: nos machos de pernilongos as antenas são plumosas, enquanto que nas fêmeas são filiformes.


O tórax dos insetos é composto de três subsegmentos. Em cada um deles, está um par de patas articuladas. Nos dois últimos subsegmentos do tórax, geralmente encontram-se um par de asas em cada um. Em algumas ordens de insetos, um desses pares de asas é modificado, e não serve diretamente para o vôo, embora possa auxiliá-lo. Nos besouros, o par anterior é espesso, formando uma carapaça protetora. Essas asas modificadas são chamadas élitros.

Asas

As asas são evaginações da parede do corpo localizadas dorso lateralmente entre os terços e as pleuras. De acordo com as modificações estruturais apresentadas, as asas podem ser agrupadas nos seguintes tipos:





 
Membranosas - são asas finas e flexíveis, com as nervuras bem distintas. A maioria dos insetos possuem o par posterior de asas desse tipo. Ex. Lepidópteros, Himenópteros, dípteros, odonatas, etc.
Tégminas - são de aspecto pergaminhosos ou coriáceo e normalmente são estreitas e alongadas. Ex. Asas anteriores de gafanhotos e louva-deus, baratas e bicho pau.
Élitros - são asas duras, resistentes, que servem de proteção às asas membranosas. Ex. Asas anteriores de besouros e dermápteras.
Hemiélitro - são asas que apresentam a parte basal de aspecto coriáceo, e a parte apical membranosa, onde se nota facilmente as nervuras. Ex. Asas anteriores de percevejos.


     Os insetos desprovidos de asas, como as traças-dos-livros, são ápteros; os que possuem um par de asas são os dípteros; os que dispõem de 2 pares de asas são chamados tetrápteros.
Nos dípteros, o par posterior de asas é reduzido e serve como sistema de equilíbrio e direção, durante o vôo. Essas asas são chamadas balancins ou halteres.
Alguns insetos, como as formigas e os cupins, apresentam asas apenas nos seus estágios sexualmente ativos, enquanto os demais membros das sociedades não as possuem.
A excreção é feita pelos tubos de Malpighi. Estão mergulhados nas cavidades corporais (hemoceles) de onde retiram resíduos metabólicos, e abrem-se no intestino. Logo, os excretas são eliminados juntamente com as fezes. O principal resíduo metabólico dos insetos é o ácido úrico.
O sistema nervoso é ganglionar. Há um gânglio cerebróide bem desenvolvido e um cordão nervoso ventral, ao longo do qual há outros gânglios nervosos menores mais com alguma autonomia.
A maioria dos insetos possui um órgão timpânico localizado no 1º segmento abdominal, alguns como as esperanças, possui o tímpano localizado na base de cada tíbia anterior, outros, como machos de mosquitos pertencentes a família Culicidade, possuem receptores de som chamados órgãos de Jonhston, localizados no segundo segmento antena.
Orgãos Estridulatórios - em Acrididae (gafanhotos), o som é produzido pela fricção das tégminas nos dentículos dos fêmures posteriores. Em grilos e esperanças o som é produzido pela vibração dos tímpanos no lado do 1º segmento abdominal.

Reprodução


Os insetos apresentam fecundação interna, e as fêmeas depositam os ovos para se desenvolverem fora do corpo. São, portanto, ovíparas.



Em muitos insetos, observam-se algumas formas especiais de reprodução: 
partenogênese, desenvolvimento de um embrião a partir de um óvulo não-fecundado, é verificada em abelhas; 
pedogênese, desenvolvimento de mais de um indivíduo a partir de uma única larva, ocorre em moscas; 
poliembrionia, desenvolvimento de múltiplos embriões geneticamente idênticos a partir de um único zigoto, é encontrada em algumas vespas.
    Uma característica marcante de muitos insetos é a passagem por estágios larvais e a ocorrência de metamorfose (do grego metabole, "mudança"). De acordo com o tipo de metamorfose, os insetos são classificados em três categorias:
Insetos ametábolos: o prefixo a designa negação. Portanto, são aqueles que, ao saírem do ovo, já são muito semelhantes a um adulto. Portanto, não passam por estágio larval nem sofrem metamorfose. Exemplos: insetos da ordem Thysanura, como a traçados livros.
Insetos hemimetábolos (hemi, metade): os hemimetábolos são os insetos que, quando da eclosão do ovo, nascem diferentes dos adultos mas sofrem transformações graduais na forma e na sua fisiologia. Essa passagem gradativa para a vida adulta é chamada metamorfose incompleta (também chamada gradual ou parcial). As formas jovens são chamadas ninfas e, à medida que sofrem mudas, vão se tornando cada vez mais parecidas com o adulto. São exemplos de insetos hemimetábolos os cupins, os gafanhotos, as cigarras e as baratas.
Insetos holometábolos (holos, todo): são os insetos que passam por transformações muito mais significativas, durante algumas fases da vida. Quem já comparou uma larva de borboleta com um adulto da mesma espécie pode perceber como essas transformações são radicais. Do ovo, sai um organismo vermiforme e nitidamente segmentado, a larva. Alimenta-se com grande apetite durante alguns dias e cresce bastante. Ao se imobilizar, adquire um revestimento mais escuro e espesso, assumindo a forma característica de pupa (ou crisálida). A pupa permanece imóvel, pendurada em galhos de árvores enrolada em folhas, em buracos no solo ou nos troncos das árvores.
As transformações mais significativas desses insetos ocorrem exatamente nessa fase, e não podem ser acompanhadas em função da presença do revestimento da pupa. Os tecidos da larva são digeridos e novos tecidos e órgãos se formam. Esse processo é conhecido por metamorfose completa, e termina quando o revestimento da pupa se rompe e dela emerge um adulto (ou imago). O imago já possui todos os sistemas próprios de um adulto e, no caso dos insetos, já se encontra apto para a reprodução.
Uma característica marcante dos insetos holometábolos é que as larvas e os adultos apresentam, geralmente, hábitos alimentares bastante distintos, o que evita a competição pelo alimento entre os membros de uma mesma espécie. As lagartas das borboletas, por exemplo, possuem potentes peças bucais mastigadoras e alimentam-se de folhas, enquanto os adultos têm peças bucais sugadoras e alimentam-se de néctar.

Larvas

Caracterizam-se nos insetos, por ser a fase de intenso crescimento, tanto em tamanho como em ganho de peso. De acordo com sua forma podem ser classificados em:
Euriformes - caracterizam-se por apresentarem o corpo cilíndrico, cabeça desenvolvida e distinta do corpo, pernas torácicas e falsas pernas abdominais. Ex. larvas de lepidópteros.
Vermiformes - ausência total de pernas, cabeça não diferenciada corpo afilado, de coloração branco leitoso. Ex. Larvas de mosca.
Campodeiforme - é típica dos insetos que precisam correr atrás de suas presas. Possuem 3 pares de pernas torácicas ágeis, alongadas e de fácil locomoção. Ex. Larvas de joaninhas.
Escabeiformes - possuem o corpo recurvado em forma de uma "c" com 3 pares de pernas torácicas, sendo que o ultimo segmento abdominal é bastante desenvolvido. Ex. Larva de escaravelhos.




 
    

A classe Insecta, pela diversidade, é dividida em numerosas ordens. A seguir, apresentaremos algumas das principais:



Ordem Thysanura: são ametábolos, ápteros e podem executar movimentos rápidos. Têm longas antenas e três cercos caudais, que dão aspecto de "três caudas". Alimentam-se de folhas mortas e restos vegetais ou, nas casas, de papel e tecidos. Exemplo: a traça-dos-livros.


Ordem Orthoptera: insetos hemimetábolos, dotados de uma grande cabeça com peças bucais mastigadoras. Herbívoros ou omnívoros (comem "de tudo"). Exemplos: gafanhotos, grilos, louva-a-deus, baratas.

    

Ordem Isoptera: são hemimetábolos e apresentam estrutura social. Exemplo: os cupins. Suas sociedades são divididas por sexo e por castas (categorias sociais).

Os cupins constroem suas galerias no solo ou em troncos de árvores. Os membros estéreis da sociedade são os operários, responsáveis pela busca de alimento e pela defesa. Apenas os machos e fêmeas férteis (reis e rainhas) possuem asas, e somente durante o período de acasalamento.




 
Ordem Odonata: insetos hemimetábolos e suas ninfas vivem na água. Herbívoros ou carnívoros, apresentam peças bucais mastigadoras e longas asas transparentes. Exemplos: libélulas e efemérides.


    
Ordem Anoplura: são ectoparasitas sugadores de sangue. Portanto, possuem peças bucais sugadoras. Alguns deles transmitem doenças para os seres humanos. Todos os membros dessa ordem são hemimetábolos. Exemplos: piolhos e percevejos.

 
Ordem Hemiptera: possuem peça bucal sugadora e são herbívoros, carnívoros ou ecto-parasitas. São hemimetábolos. Exemplos: "barbeiros" e percevejos.


    
Ordem Homoptera: insetos hemimetábolos, sugadores de seiva. Exemplo: cigarras e pulgões.

    
Ordem Diptera: são holometábolos, e muitos dos representantes da ordem transmitem doenças. Exemplos: moscas, mosquitos, borrachudos e pernilongos.
    
Ordem Lepdoptera: apresentam a peça bucal sugadora, longa e enrolada quando em repouso. As asas são grandes, membranosas e coloridas. São insetos holometábolos, e as suas lagartas representam prejuízo para muitas lavouras. Exemplos: mariposas e borboletas.

        
   
  
Ordem Coleoptera: trata-se da maior ordem conhecida de seres vivos (mais de 400 000 espécies descritas). A característica mais significativa do grupo é a presença da carapaça sobre as asas. Na verdade, essa carapaça, o élitro, é a asa anterior modificada. Há espécies herbívoras e outras carnívoras. Exemplos: besouros, joaninhas e brocas.

    
Ordem Siphonaptera: insetos desprovidos de asas; com patas posteriores longas e adaptadas para saltos; peças bucais picadoras. Alguns representantes do grupo são vetores de doenças humanas, como a peste bubônica. Exemplo: pulgas.
    
Ordem Hymenoptera: uma das mais polimorfas ordens de insetos (cerca de 250 000 espécies), apresenta animais dotados de peças bucais sugadoras, mastigadoras ou lambedoras. Em algumas espécies, como nas formigas, as asas estão presentes apenas nos indivíduos sexualmente ativos. São holometábolos e apresentam estrutura social.
    
Essa ordem caracteriza-se pela complexa estrutura social encontrada nas suas espécies. Há uma nítida e rigorosa divisão de papéis, tanto na atividade reprodutora como na manutenção da própria sociedade.

Nas abelhas, tomadas como exemplo, as sociedades são chamadas colméias. Nelas, há três castas: as operárias, os zangões e a rainha, a única fêmea fértil da colméia. É a responsável pela postura dos ovos e pela formação das gerações sucessivas de membros da colméia. Os zangões são machos férteis, e seu único papel é sexual. As operárias são fêmeas estéreis, cujas funções são a construção da colméia, a obtenção de alimentos, a proteção e o arejamento da colméia, a limpeza dos favos, etc.

Na época do acasalamento, a rainha executa o "vôo nupcial", no qual é acompanhada pelo cortejo de zangões. Vários machos fertilizam a rainha, que deposita os espermatozóides em uma cavidade chamada espermateca. Ao retornar para a colméia, inicia a postura dos ovos. Em favos largos, não ocorre a compressão da espermateca, e apenas óvulo é depositado. Nos favos estreitos, a espermateca é comprimida e libera espermatozóides. A fecundação é interna, e um zigoto é depositado no favo.
Os ovos fecundados (diplóides) originam as fêmeas, enquanto os não-fecundados desenvolvem-se por partenogênese, formando apenas machos. Todos os machos são férteis, mas a fertilidade dos embriões femininos depende do tipo de alimentação fornecida às larvas. As larvas destinadas a serem operárias recebem uma alimentação menos abundante, constituída principalmente de mel. As larvas das futuras rainhas são alimentadas por operárias mais velhas, e recebem uma alimentação especial, mais abundante e rica em hormônios, chamada geléia real.
Ordem Ephemeroptera - náide = alimento de peixe
Ordem Dermaptera - tesourinhas ou lacraias
Ordem Mallophaga - piolhos mastigadores (piolho de galinha).
Ordem Psocoptera - corrodência (piolho livro)
Ordem Neuroptera - formiga-leão
Ordem Strepsiptera
Ordem Mecoptera


TÉCNICAS DE COLETA E IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS
( APOSTILA )


COLECIONANDO LEPIDÓPTEROS


ESTE LINK É DE UMA APOSTILA DETALHADA QUE ENCONTREI NA WEB,MUITO BOA.

Esses são alguns insetos que conservei com formol ,a maioria tem mais de 9 anos e estão com um bom  estado de conservação  ,alguns porém  perderam algum membro  devido ao tempo.
Tem aranhas , besouros, vespas, escorpiões, abelhas, mariposas , borboletas,gafanhotos,
 etc...
Fiquei fascinada ao fazer um trabalho escolar no qual fui líder, foram alguns meses coletando, nomeando, fazendo a conservação,depois disso , nunca mais parei de pegar insetos que encontro no meu caminho,minha coleção tem  quase 250 insetos espetados, também faço coleção de pedras  e penas ,colecionem algo também , Como diria Oswaldo Teixeira "colecionar é uma arte. É a arte de perpetuar as coisas, de prolongar e dar maior sentido de vida espiritual a tudo aquilo que, por vezes, aos outros não tem valor algum...postarei mais fotos de novos insetos.

ESTES SÃO OS INSETOS  DA MINHA COLEÇÃO :



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